Vomitar para curar

Em face ao desgosto amoroso existem três tipos de pessoas: os selvagens que atiram ácido à cara de quem os magoou; os que guardam tudo para dentro e mais tarde explodem num acesso psicótico; e os que resolvem expulsar os "maus" sentimentos em forma de arte.
Os primeiros dois casos guardo-os para um psiquiatra. Ele que os explique.
De facto o mais interessante, saudável e benigno é aquele que resolve transformar o sentimento que se encontra em decomposição, num puro e positivo.
Alguns poderão dizer que no fundo é também um acto de vingança; Um anúncio ao mundo que aquela pessoa não presta. E talvez seja verdade...! Mas posso garantir que das três reacções, esta é a mais saudável para ambos.
Também raramente as pessoas se interessam pela identidade daquela ou daquele que nos fez sofrer. Aplaudem mais o sentimento bruto e a sua expressão, votando assim o Belzebu a um eterno anonimato.
Qualquer forma de expressão que sirva como catalizador de um sentimento para outro, mais puro, pode ser considerada arte. Não importa que a mensagem não seja conhecida por todos, o que interessa é que ela existe. É uma espécie de vomitado de tudo o que está podre dentro de nós; e esta matéria mal-cheirosa e empestada, transforma-se, quando sai de dentro de nós, em algo belo e perfumado. De tal forma é a transformação deste vómito que, por vezes, é irresistível a sua ingestão por outros.
Se apenas todos soubessem que esta capacidade é inata, pertence a todos.

Comentários

moimeme disse…
Conheço bem essa sensação...
Sofia disse…
Sim...percebo, o problema é quando não se tem jeito para as artes...
Avelã disse…
muito bom o texto e bastante elucidativo, mas a parte do vómito comido por todos? fodasss
alfabeta disse…
Tu vais buscar com cada coisa, bem ...vou vomitar...
André disse…
Assim é que eu gosto...reacções enojadas!
André disse…
Quanto a nem todos terem jeito para as artes, não acredito nisso!
Não há ninguém que não se consiga exprimir de uma forma ou de outra, e isso é uma arte.

Mensagens populares deste blogue

Sal debaixo do tapete

Cambada de retrógados!!!

O Diário de A(na)lfabeta