Quem te avisa... chato é!
Antes mesmo de me ensinarem a falar e a acertar no penico, já os avisos me eram familiares.
Não há ninguém que eu conheça, inclusivé eu, que não seja capaz de regurgitar um aviso óbvio de vez em quando.
Pois, porque não há coisa mais chata que aqueles avisos óbvios. São tão irritantes que eu já nem respondo.
Durante muitos anos respondi, mas cheguei à triste conclusão que fazê-lo para evitar agradecer uma coisa estúpida, é, não só ineficaz, como me faz sentir uma espécie de Ulisses em mais uma tarefa dada pelos Deuses.
Como já referi, todas as pessoas são capazes de, num momento ou noutro, avisar sobre algo irritantemente óbvio; mas existem determinados sujeitos que parece terem nascido com o dom de constatar e contestar o óbvio numa base diária.
Piores do que interrogadores deLaplace La Palice, estes vivem para nos apanharem nos momentos da mais feliz, e voluntária, ignorância. E para, com um sorriso cruel, vocalizarem mais um estertor óbvio e desnecessário.
Qual a natureza destes chatos? O que os move? E porque fazem tanta questão em serem tão inconvenientes?
Estes chatos são uma espécie curiosa.
Eu acredito que por não serem capazes de raciocínios complexos quando um conjunto de eventos e acções leva à dedução de uma forte probabilidade, estes limitam-se aos cálculos mais simples: Se martelares por muito tempo aumentam as probabilidades de acertares num dedo.
São este tipo de conclusões que eu dispenso. Não só por já as saber de antemão, mas porque se me levam a que eu pense em demasia sobre o provável desfecho, fico obcecado, perco a concentração e acabo por precipitá-lo.
Quando vejo alguém a fazer alguma coisa arriscada, eu remeto-me ao silêncio porque sei que a pior coisa que posso fazer é enumerar as probabilidades do erro acontecer; além disso, corro o risco de me tornar em mais uma das circunstâncias que aumentam a percentagem errada da probabilidade.
Existem duas excepções em que eu posso considerar a intrusão, minha ou de outro: todo o indivíduo que realmente precise de ser avisado; e aqueles dias em que me sinto mais sádico.
Por tudo isto te aviso para não me avisares. Estás avisado! Não me voltes a avisar!
Não há ninguém que eu conheça, inclusivé eu, que não seja capaz de regurgitar um aviso óbvio de vez em quando.
Pois, porque não há coisa mais chata que aqueles avisos óbvios. São tão irritantes que eu já nem respondo.
Durante muitos anos respondi, mas cheguei à triste conclusão que fazê-lo para evitar agradecer uma coisa estúpida, é, não só ineficaz, como me faz sentir uma espécie de Ulisses em mais uma tarefa dada pelos Deuses.
Como já referi, todas as pessoas são capazes de, num momento ou noutro, avisar sobre algo irritantemente óbvio; mas existem determinados sujeitos que parece terem nascido com o dom de constatar e contestar o óbvio numa base diária.
Piores do que interrogadores de
Qual a natureza destes chatos? O que os move? E porque fazem tanta questão em serem tão inconvenientes?
Estes chatos são uma espécie curiosa.
Eu acredito que por não serem capazes de raciocínios complexos quando um conjunto de eventos e acções leva à dedução de uma forte probabilidade, estes limitam-se aos cálculos mais simples: Se martelares por muito tempo aumentam as probabilidades de acertares num dedo.
São este tipo de conclusões que eu dispenso. Não só por já as saber de antemão, mas porque se me levam a que eu pense em demasia sobre o provável desfecho, fico obcecado, perco a concentração e acabo por precipitá-lo.
Quando vejo alguém a fazer alguma coisa arriscada, eu remeto-me ao silêncio porque sei que a pior coisa que posso fazer é enumerar as probabilidades do erro acontecer; além disso, corro o risco de me tornar em mais uma das circunstâncias que aumentam a percentagem errada da probabilidade.
Existem duas excepções em que eu posso considerar a intrusão, minha ou de outro: todo o indivíduo que realmente precise de ser avisado; e aqueles dias em que me sinto mais sádico.
Por tudo isto te aviso para não me avisares. Estás avisado! Não me voltes a avisar!
Comentários
"[...] mas existem determinados sujeitos que parece terem nascido com o dom de constatar e contestar o óbvio numa base diária.". É verdade; deixo em aberto a minha crítica, para não ferir ego alheio.
Uma pergunta, para futura crítica não perder validade, ou mesmo não ter lugar: a que situação te referes em "[...] interrogadores de Laplace [...]"? Aqui estou simplesmente curioso (sem ironia).
Não percebo o segundo ponto...
Não percebes o segundo ponto?! A pergunta é literal. Necessita só de uma resposta directa e objectiva, da mesma forma como foi feita a pergunta.
Repara ainda na minha elevada contenção! Olha que não foi fácil...
Imagina as minhas repetidas contracções do diafragma acompanhadas por uma mudança facial (mais galhofeira), as quais produziram algumas lágrimas.
Cada vez que aqui venho encontro “disto”, ai ai.
Com “Piores do que interrogadores de La Palice […]”, podes referir duas coisas:
1.º interrogadores de algo que é óbvio.
2.º interrogadores do La Palice.
Inocentemente, pergunto a qual das duas te referes.
Relativamente a parecer-te óbvio, pois uma vez que dizes “de”e não “do”, tenho que inevitavelmente referir que estás enganado.
Vejamos:
“Piores do que interrogadores de La Palice […]”,
Poderia ser por exemplo:
“Piores do que interrogadores de José Sócrates…”,
mas soar-te-ia mal dizer:
“Piores do que interrogadores do José Sócrates…”,
Pois “do” está associado a “proximidade” e o “de” não, seria o de, por exemplo,
Que surgiria num artigo de imprensa, já se vê porquê.
Repara:
“Piores do que interrogadores do Kiko, o teu cão…”,
Funciona, certo?!
Mas se usares:
“Piores do que interrogadores do Primeiro-ministro…”,
O “do“ já funciona, pois a o carácter de ser demasiado “próximo” já não se verifica,
pois “Primeiro-ministro” já o é.
Logo o óbvio que tu afirmas (tirando o contexto claro, pois isso é evidente) seria exactamente ao contrário!!! Ai ai, a ver vamos se é desta.