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A mostrar mensagens de janeiro, 2007

Há malucos no meu prédio

No prédio onde vivo há muitos cães. Eu sei isto não só porque os vejo na rua a passear; como também os ouço ao fim da tarde - hora a que os donos chegam - quando se tornam histéricos; e finalmente porque o meu cão cheira todas as portas cujos apartamentos contêm um ou mais cães. Durante cerca de cinquenta anos, o meu prédio teve elevadores de caixa aberta. Elevadores antigos com porta em harmónica de ferro. Estes elevadores, apesar de bonitos, não eram amigos da privacidade elevadorina. Qualquer passageiro numa viagem ascencional era observado do exterior. Isto durante muito tempo impediu os inquilinos no sobe-e-desce diário de se comportarem com a liberdade que quatro paredes e algum isolamento permite. O meu prédio agora é moderno. Possuímos elevadores de caixa fechada. Infelizmente estes elevadores só restringem o sentido visual, não tanto o auditivo... No prédio onde vivo há muita gente maluca. Eu sei isto porque sempre que alguém com um cão se mete num elevador, vai a viagem toda

Os filtros do poder

Já não são só os livros, as peças de teatro e os concertos inflacionados que limitam a cultura geral a apenas um ou dois estratos sociais; também agora a programação televisiva (num canal público) de interesse nacional, cultural e político, é remetida para horários proibitivos para quem trabalha de sol a sol, suadamente, que é o caso da maior parte da população portuguesa. Até quando as classes sociais baixa e média baixa terão que sofrer este tipo de discriminação positiva? Coitadinhos, fartaram-se de trabalhar. Eles depois do trabalho não querem estar a pensar, querem é vegetar à frente da sua telenovelazinha ou futebolzinho. Não os vamos chatear com estas coisas chatas. Aliás, de certeza que ou não votam, ou votam naquilo que os "mais esclarecidos" ou os grupos de pressão lhes indicarem. A ignorância é filha da pobreza.

Os Nãos e os Sins

Acho que os dois grandes problemas dos defensores do 'Não à despenalização do aborto...' é a falta de imaginação e a simpatia mal disfarçada pelos sistemas fascistas. A falta de imaginação, porque julgam que conseguem prever todos os cenários que levam uma mulher a abortar, e assim descartá-los um a um com inteligente retórica. Acontece que quem de facto tem alguma imaginação, sabe que é perfeitamente irrazoável tentar prever todos os cenários; e sendo assim - pró-vida ou não -, deixa a decisão à mulher e não a pré-condena ou rotula - actos caraterísticos dos melhores regimes totalitaristas ou com aspirações a isso. Nas grandes questões sobre os valores humanos, na generalidade, distinguem-se logo os simpatizantes pelos regimes opressivos e punitivos daqueles que acreditam na liberdade e na moral mais fundamental - aquela que está e não está escrita em nenhum livro -, a moral humanista. Os Nãos são os fascistas e os Sins, humanistas. Uma coisa é não concordarmos com

Morte, impostos e melgas

As indirectas conseguem ser frustrantes quando o interlocutor faz-se de parvo ou é. Seria de esperar que perante uma pergunta tipo - O que é que fazes este fim-de-semana? Vais estar em casa? - a que fosse dada a seguinte resposta - Ahnnnnnnnnnn.... vou! Quero dizer, tenho que fazer uma coisa, mas não sei a que horas nem a que dia. -, fosse o suficiente para que se subentendesse que - Realmente vou estar em casa, mas não me apetece aturar-te. Acho que um Ahnnnnnnnn demorado já demonstra toda a hesitação que se sente quando não se está receptivo à companhia; Já a desculpa de fazer algo (coisa não identificada), algures (sítio não identificado), não agendado (tempo não descrito), é o remate perfeito no caso de incompreensão do Ahnnnnnnn . Claro que a reacção que recebi foi um - Não te preocupes, eu apareço ao fim da tarde. A essa hora já deves estar em casa. - para meu grande aparvalhamento. O que dizer perante uma afirmação destas? E depois eu sou um gajo que fica a matutar e a prevêr q

Porcaria com aspas

- Epá! Esqueci-me dessa porcaria. Porcaria entre aspas, claro! Quer dizer, um gajo empresta qualquer coisa com todo o gosto - e quero colocar especial ênfase na palavra gosto; A intenção é partilhar com um amigo aquele objecto sobre o qual nutrimos um intenso prazer; Queremos divulgar ao mundo, começando com as pessoas que nos são próximas, a existência daquela coisa tão gira. E depois, não só se esquecem de trazer o ítem, como ainda o rotulam de porcaria. Mas atenção, porcaria entre aspas. Mas que outro sentido poderá ter a palavra "porcaria"? Poderá ser uma porcaria que não cheire mal? Ou uma porcaria com um formato engraçado mas com um cheiro um poucochinho desagradável? Será uma coisa que ao princípio dá para entreter mas depressa se torna saturante? Ou a "porcaria" é apenas uma palavra carinhosa como xixi, cócó e ranhoca? Talvez uma inversão de qualidades, em que a "porcaria" é uma coisa de extrema utilidade, ao mesmo tempo que lúdica e didáctica? Por

Nacionaquê?

Eu não tenho uma pinga de nacionalismo no meu corpo. Por mim queimavam-se as bandeiras em todo o globo. Ao contrário, a maior parte da população mundial, europeia e portuguesa, vive num marasmo nacionalista. Como me adapto bem às incongruências ideológicas, não me ralo muito. O máximo que faço para distilar o pouco que resta da minha repulsa, é escrever neste blog. E é uma incongruência ideológica ao quadrado que venho agora vomitar. Não percebo muito (quase nada) de futebol e de atletismo, mas sei mais ou menos o que é uma selecção nacional e um atleta nacional. Na selecção temos um jogador brasileiro que mudou à relativamente pouco tempo para a nacionalidade portuguesa para assim se poder mover melhor no cenário futebolístico europeu. E parece que não vai ser um caso isolado, pois tenho ouvido ultimamente que mais um jogador brasileiro pretende obter a nacionalidade portuguesa. No atletismo temos o Obikwelu - penso que seja assim que se escreve -, não sei bem de onde é mas agora é po

Bexiga futurista

A única coisa que me impede de dormir mais no fim-de-semana é a capacidade da minha bexiga. Uma vez levantado, é-me muito difícil voltar a adormecer - isto no fim da manhã, claro! Eu bem me aguento o máximo possível, mas a corrida para a casa-de-banho é inevitável. E o consequente despertar pelo choque fisiológico, só é apaziguado por um longo duche. Pensando melhor, a bexiga é inconveniente em muitas outras ocasiões, as quais me excuso de descrever, uma vez que, tenho a certeza, é um desagrado partilhado por todos os seres humanos que possuem uma. Já pensei muitas vezes no que vou pedir quando a medicina estiver avançada o suficiente para substituir qualquer parte do corpo. E a primeira coisa é uma bexiga com maior capacidade e timer - assim posso marcar as horas mais convenientes para o despejo. E também um alarme para as noites de consumo alcoólico, para quando estiver perto de exceder o limite da capacidade de armazenamento. BIP! BIP! BIP! DESPEJE DOIS LITROS! Só espero que não

Tu ou você?

Se esquecer-me dos nomes e caras das pessoas frequentemente me obriga a utilizar a expressão "então pá!" demasiadas vezes, não saber como tratar certas pessoas mais velhas em que pessoa, obriga-me a outros artifícios mais elaborados. Claro que já me ocorreu perguntar se deseja ser tratado por você ou por tu. Mas normalmente acanho-me e não pergunto. A razão porque não pergunto é porque levo muito tempo a decidir-me se o devo fazer. Acredito que passados uns meses (pelo menos) de convívio, a outra pessoa só poderia achar estranho o timing da dúvida. A minha indecisão inicial surge do medo da resposta ser um formal "você", o que me levaria a evitar a pessoa por causa da minha aversão à frieza do tratamento. A tentativa ocasional também está fora de questão. Poderia levar a uma reacção que me deixasse de boca aberta demasiado tempo. Deduzir é demasiado arriscado. As pistas nunca são suficientes, e as poucas que existem são contraditórias. Acabo por não perguntar. Uma

As novidades

Então, novidades? Não sei porquê mas não consigo responder a esta pergunta. Pelo menos não consigo lembrar-me de nenhuma novidade para relatar quando me pedem assim a seco. Para mim a novidade é uma coisa importante, como ter um filho, escrever um livro ou plantar...não! Ganhar no totoloto. Algo de novo tem que ser de grande impacto. Como a minha vida é razoavelmente mediana, não posso considerar nenhum dos acontecimentos diários - que até me satisfazem - como uma novidade. Parece que o facto de eu responder que não tenho novidades, que está tudo na mesma, não só não satisfaz a generalidade das pessoas, como também parece as irritar. Não digo que se erradique a pergunta, mas pelo menos que não se espere sempre por uma resposta. Quero dizer, novidades mesmo novas, mesmo novinhas, é difícil. Isso eu sei. Até porque as novidades normalmente não esperam para aparecer só quando alguém pergunta por elas. Na verdade elas têm a mania de aparecer de repente, inesperadamente. Posso até dizer com

De volta ao papel

Quando estou em casa, no sofá, tenho sempre montes de ideias de textos para o blog. Infelizmente, como sou preguiçoso, não me apetece sair do sofá, ligar o PC e começar a escrever. Este tem sido um grande impedimento na minha produção escatológica. A solução que arranjei, demorei um pouco a chegar a ela. Mas cheguei! Neste momento (no momento em que isto foi escrito) de criação, estou no sofá a escrever num caderno. Sim, estou a utilizar papel e caneta. Estou a dar cabo do pulso; isto significa que esta noite não vou poder "ver" nenhum filme pornográfico. De qualquer maneira, estou satisfeito. Já posso comentar o que quiser sem levantar o rabo do sofá. Acho que estou a ficar com escaras...

Ser pai é...

Se o pai biológico desta criança de Torres Novas não fosse um tipo tão nojento acho que a história teria outros contornos. Claro que a criança, depois de todo este tempo com os pais biológicos, e especialmente com a frágilidade dos cinco anos, deve ser protegida e o seu ambiente deve permanecer estável. É o que eu e, creio, a maior parte da população portuguesa pensa. Mas e se o pai fosse um tipo decente, casado, com uma boa casa e ambiente familiar, não tivesse pedido nenhuma indemnização aos pais adoptivos e permitisse um acompanhamento do crescimento da criança por estes? E se o pai nunca tivesse chegado a saber que o era até agora? E ao contrário, e se existisse a hipótese de os pais adoptivos terem feito qualquer coisa de muito errada? Ninguém tem visto a criança ultimamente, pois não? Quem é que põe as mãos no fogo por este casal? Acho que, perante estes dois cenários, o caso mudava drasticamente de figura aos olhos da população, no entanto, legalmente seria a mesma coisa. A lei

O meu cão é um preguiçoso!

Imagem
(Foto: Anarquista Duval ) O meu cão cada vez está mais parecido comigo: preguiçoso como o caraças! Agora, de manhã, já não ladra se alguém bate à porta, nem sequer sai de debaixo da manta. Quando eu saio para o trabalho, o gajo tem a lata de não me vir dizer adeus. Eu chamo-o, e digo - Então Kiko? Não te despedes do dono? - a única coisa que eu vejo é a manta a mexer-se quando o gajo abana a cauda. Levantar-se e vir ter comigo? Está quieto!

Marcola, um Anjo caído?

Recebi hoje no e-mail uma entrevista feita ao Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), que anda a circular por aí como se se tratasse de uma peça verdadeira. Esta entrevista ficcional, criada por Arnaldo Jabor para o Segundo Caderno do Globo, é, na minha opinião, brilhante e quase poética. Arnaldo Jabor, no início da entrevista, dá a Marcola alguns dos traços psicológicos de Satã da Divina Comédia de Dante. Mais para o fim da entrevista, joga com a ambiguidade do eterno executor que foi um dia um anjo e que nunca perdeu a esperança de voltar. Este último, um Satã mais próximo de Paraíso Perdido de John Milton. O que se depreende do objectivo desta entrevista, colocando de lado as imagens poéticas e referências divinas, é uma vontade de levar o leitor brasileiro a acreditar que a única solução - se é que existe uma - para a decadência do seu país é uma "tirania esclarecida". Não uma "ditadura militar", que é (era) pouca esclarecida; mas uma com um outr

O melga

Desde que conheci um determinado sujeito, nunca mais me consegui livrar dele. O pior é que este sujeito é como o Melga do filme ( The Cable Guy ). Eu já lhe dei a entender que não queria ser mais amigo dele incontáveis vezes; eu já lhe disse directamente que Não queria continuar esta relação. Finalmente cheguei à conclusão que forçar o desfecho é pior. E é pior porque este melga torna-se vingativo e persegue-me; e as acções que comete são covardes e com o propósito de me humilhar. Então resolvi, de há uns tempos para cá, tomar outra posição. Uma posição de desprezo, de desconhecimento da sua existência, de ignorância da sua identidade. Teve alguma eficácia, mas esta é limitada pelo tempo. Ou seja, passado algum tempo este sujeito aborrece-se e volta a atacar. Claro que os seus ataques são sempre pautados pela covardia, mas contra isso nada posso fazer. Para conhecerem melhor este sujeito de quem estou a falar, vou fazer uma breve descrição do seu carácter: Este é um tipo com a maturid

Fascistas anti-fascistas

Esta iniciativa alemã de querer proibir as actividades e símbolos neo-nazis na Europa, preocupa-me. Não tenho nenhuma preferência pelos nazis, bem pelo contrário. Mas no que toca à liberdade de expressão, sou um feroz defensor. E a liberdade de expressão diz que devemos ser tolerantes até com as ideias intolerantes. Esta é claramente uma medida fascista, mesmo que seja anti-fascista na pele. O que é que se vai proibir a seguir? Deixa-me cá pensar um pouco... Ah! E porque não a Igreja Católica? Estes gajos também mataram muita gente; E já agora, porque não restringir a liberdade aos próprios alemães? Nunca confiei muito neste gajos. Costumam ter ideias totalitaristas, fascistas e xenófobas. Acho que era de limitar a liberdade de expressão destes gajos; Os muçulmanos também têm umas ideias esquisitas, o melhor é acabar de vez com todos os meios de comunicação dos gajos - assim como os americanos estão a fazer ao proibir o canal Al-Jazhira nos U.S.A.; Por falar em americanos, não foram es

A Wikipedia Lusófona é uma merda!

Estou muito desiludido com a Wikipédia Lusófona . Grande parte desta encontra-se redigida em português do Brasil, e se na Wikipédia Inglesa as diferenças idiomáticas (Inglaterra e U.S.A.) não são tão evidentes, o mesmo não se passa com a nossa (rica, é certo) língua. Qualquer iniciativa que um utilizador português tenha, seja de acrescentar ou actualizar a Wikipédia Lusófona, é imediatamente cortada pela raíz por vários factores: a inacreditável quantidade de erros (gramaticais e ortográficos) que esta possui; a disparidade entre o português de cada país, nomeadamente Portugal e Brasil; a grande quantidade (mais de 90%) de conteúdos na língua portuguesa do Brasil; a qualidade medíocre dos artigos escritos em português do Brasil; a diferença lexical. No que toca a construir uma enciclopédia, mesmo com a natureza da Wikipédia, é necessário rigor e uniformidade. Coisa que esta não tem em absoluto. Em 3 de Julho do ano passado (2006) foi feita uma votação para se decidir uma divisão na Wik

alfas, cretinos e bons rapazes

Uma boa parte da minha vida como macho tem sido confusa. Não no que toca à sexualidade, mas na escolha do tipo de macho que eu quero ser. Essencialmente sou um bom rapaz. Mas sei que se quiser saltar para as cuecas de uma gaja tenho que ser agressivo e assertivo - um macho alfa. Por vezes também sei ser (sou) um cretino. Bom rapaz, macho alfa ou cretino? Aqui reside a minha dúvida existencial. Qualquer homem consegue, com algum sucesso, emular as características de um destes machos, mas mantê-las é outra história. Então porquê a necessidade de fingir ser o que não sou - evidentemente para ter sexo! Sexualmente, os machos alfa e os cretinos safam-se melhor que os bons rapazes. Mas voltando ao que eu sou: digamos que a maior parte do dia sou um bom rapaz, e depois, consoante a companhia e o ambiente, consigo transformar-me (durante cerca de duas horas no máximo) num alfa ou num cretino. Isto já me tem sido útil para encontros sexuais ocasionais, mas nunca com a mesma parceira. Isto expli

geeks, nerds e dorks

Eu nunca percebi bem se seria considerado um geek ou um nerd caso vivesse nos U.S.A. Ainda existe uma terceira categoria - dork -, mas com esta nunca senti ligação. Felizmente foi publicada uma tabela com as diferenças neste site . GEEK NERD DORK Chief Cell-Phone Concern Does it have BlueTooth? Does it play games? Who would I call? Mantra Can we fix it? Yes we can! The meek shall inherit the earth Where’s the remote? Dream Job(s) Nasa/ILM/Google Wizards of the Coast/Marvel Comics ‘American Idol’ Archivist Uniform Jeans and Ironic T Penny loafers and Acne Whatever Mom wants Starter Apartment Furniture Computer Desk Kitchen Table for D&D Starter Apartment? Favorite Sport Robot Wars Captain Kirk Drinking Game Handheld video poker Playlists Knight Rider/A-Team Mashups Lord of the Rings/Star Wars Soundtracks 139.5 ‘Best Hits of Today, Tomorrow, and Beyond!!!’ Favorite Childhood Toy Legos Superhero doll action-figure Own snot Bone