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A mostrar mensagens de julho, 2007

Que talho!!!

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Recuso-me a ver o Grindhouse partido ao meio! Espero pelo DVD...

As lãs da minha memória

Cheguei a um nível completamente novo de esquecimento. Quando vinha do almoço para o trabalho, dei de cara com uma miúda muito gira cuja cara me parecia muito familiar, o que veio a provar-se um instinto correcto porque ela me cumprimentou efusivamente com um "Andrée!!!"; Olhei para ela com um sorriso e retribui-lhe a satisfação "Oláa!!!". Mas quem era ela? De onde é que eu a conhecia? Aquela cara gira e as ancas férteis estavam-me a bloquear completamente a concentração. Quando eu julguei que íamos falar dos velhos tempos, ela apresenta-me a mãe e pergunta-me se eu não conhecia nenhuma casa de Lãs naquela rua. Claro que eu soube responder-lhe! Sim, porque uma casa de Lãs já é uma coisa que o meu cérebro considera de importância vital para armazenamento. Estúpido! Como a casa já tinha fechado eu indiquei-lhe outro sítio que ela podia ir, os Armazéns do Minho. E mais uma vez insultei-me em silêncio por guardar este tipo de informações e não o nome e outras referência

Troco mãe

Sempre que alguém vai pedir dinheiro ou divulgar informação necessária - vida depois da morte e afins - a casa da minha mãe, ela, do alto da sua generosidade e boa graça, ou diz que não tem dinheiro e para tentarem no andar de baixo, na casa do filho, ou diz que não tem tempo mas que o filho é muito atencioso e compreensivo e que irá concerteza ter tempo para receber as linhas orientadoras de qualquer Deus. Não é preciso dizer que sempre que abro a porta e um desconhecido me pergunta "É o filho?" sei sempre o que me espera. Ontem tive direito a mais um episódio desta interminável telenovela: Abri a porta; a senhora mandou um berro com o kiko que sai sempre inofensivamente disparado; eu olhei para ela com olhos de carneiro mal morto porque já desconfiava o que ia sair dali; ela explicou-me de onde vinha e o que queria, não sem antes perguntar se eu era o filho, claro!; eu disse-lhe que não tinha nada para lhe dar mas que a porteira tem sempre qualquer coisita (cada um goza com

Perdido outra vez!

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Foi um caminho difícil até chegar ao jantar de bloggers no Sábado. Como fui a pé, resolvi ir com uma hora e um quarto de antecedência, o que me daria, pensava eu, tempo suficiente para encontrar o restaurante. Antes mesmo de entrar no Metro fui abordado por duas coreanas que me queriam - não acaba aqui... - fazer umas perguntas. Só permiti isto porque as duas eram giras e eu ainda tinha muito tempo; não liguei ao facto de estarem com uma bíblia na mão e preparei-me para as perguntas da chacha. Depressa cheguei à conclusão que tinha cometido um erro: não só elas falavam penosamente o português, como também já me tinham lido umas dez passagens da Bíblia em que dava a entender que havia afinal dois Deuses e um deles seria uma Deusa - Um casal, portanto! Liguei o turbo dos ateus e fugi dali p'ra fora - Nenhuma gaja é gira o suficiente para me obrigar a ouvir disparates. Metro, finalmente... Cheguei calmamente ao Parque das Nações, olhei para o relógio e comecei a andar lentamente - Ai

Potter e a irritabilidade das mulheres

Ontem fui ver o Harry Potter com a minha sobrinha, a minha irmã e o Pedro. Tirei duas conclusões: o filme é giro e as mulheres têm um fraco poder de concentração aliada a uma irritabilidade latente e inata. Atrás de nós sentaram-se uns putos que, aparentemente, não se calaram durante todo o filme. Digo aparentemente porque nem eu nem o Pedro nos apercebemos disso, tal era a nossa concentração no filme; já a Maria e a Patrícia passaram o filme a vocalizar chius e a olharem para trás com as sobrancelhas sobreerguidas. Podem-me dizer que os homens geralmente não se fazem notar em meios públicos com acessos de irritabilidade, o que é verdade, mas não minto quando afirmo que mal me incomodaram as vozes traseiras dado o meu fascínio pelo desenrolar do filme. Ainda me passou pela cabeça fazer um feitiço para calar os putos e as mulheres, mas esqueci-me de levar a varinha.

Estação Liberdade: O começo.

Bem vindo à Estação Liberdade! Com um novo aumento do IRS ou do IVA (ou de ambos) num futuro próximo para colmatar as faltas da Segurança Social, este Governo prepara-se para acabar de vez com toda a classe média - exterminá-la! Tenho algumas medidas, também para o futuro próximo, para combater este Regime Capitalista: A primeira é o ataque à fantochada da Democracia representativa escolhendo não votar; A segunda, e esta é só para aqueles que acham que o ordenado assim que entra na conta sai de imediato na totalidade, é não abrir, pura e simplesmente, contas. Pagar tudo em dinheiro vivo. A terceira é consequência da segunda. Não aderir ás linhas de crédito, empréstimos, cartões de crédito e de débito. A quarta é aumentar o consumo da pirataria. A quinta é a criação de movimentos de cidadãos que permitam uma mudança de paradigma da Democracia representativa para uma participativa e consensual. A seu tempo outras medidas serão divulgadas, por agora é tudo... Obrigado pela sua participaçã

Quando uma ideia morre...

Parece que há por aí uma grande confusão com o conceito de liberdade de expressão. Dizer aquilo que se pensa com liberdade não significa que não hajam consequências ou vozes discordantes. Aliás, arrisco afirmar que quem sente a liberdade de se exprimir como quer mas nega-se a discutir as suas próprias ideias e enfurece-se com os contraditórios, não passa de uma pessoa ignorante e limitada que mais depressa tomará os caminhos do fundamentalismo do que abraçará a sua própria hipocrisia. A liberdade de expressão não acaba com a primeira ideia exprimida em liberdade, pelo contrário, a ideia, uma vez iniciada a sua jornada, nunca parará de se transmutar; por conseguinte, a ideia viverá para sempre. Uma ideia que pare e se torne indiscutível, deixará de existir para dar lugar a um dogma. O surgimento dos dogmas erradicam a liberdade de expressão e são terreno fértil para todos os fundamentalismos. E é no simples término da viagem de uma ideia que nascem todas as sociedades intolerantes. Não

O rapaz que queria ser Rei

Era uma vez um rapaz que queria ser Rei de Portugal. Ele tinha todas as características necessárias que um Rei deve ter: burro, pouco articulado e mal educado. O rapaz tinha um irmão que, à boa maneira monárquica, foi escolhido para seu braço direito. O irmão deste rapaz wanna be King , já havia participado num reality show para se tornar mais famoso e mais idiota - e resultara! O rapaz que queria ser Rei resolveu começar por invadir Lisboa. Mas por falta de articulação e inteligência, este rapaz começava a desconfiar que nem um soldado conseguiria engajar no seu sonho. Ao perceber que os contos de fadas já tinham acabado mudou a estratégia de invasão para uma de indignação. Quando todos os cavaleiros do Reino se juntaram na Távola Redonda para se lançarem num combate de retórica sem tréguas, este rapaz percebeu que nem o cavaleiro do Big Brother conseguia derrotar. O rapaz saiu humilhado deste encontro mas a ideia de indignação não lhe saía da cabeça. Desesperadamente, no dia seguin

O Diário de A(na)lfabeta

Serão a maior parte das brasileiras que viajam para este país prostitutas? A autora deste texto ( Brasileiras ) diz que segundo os seus profundos estudos (ela leu as secções de anúncios de vários jornais) conseguiu extrapolar e inferir a incrível conclusão que grande parte das brasileiras que imigra para este país, vem com o objectivo de se tornar puta - este estudo só é apontado nos comentários que fez aqui . Claro que um estudo aprofundado como este não teria qualquer significado se não fosse acompanhado de um esplendoroso julgamento moral. A indignação que esta senhora demonstra ao criticar severamente as brasileiras que só cá vêm para este tipo de trabalho é digna de honras dos mais variados mosteiros da idade média baixa. Eu gostava de acrescentar que também fiz alguns estudos utilizando as mesmas fontes e cheguei ás seguintes conclusões: a grande maioria dos africanos vem para este país para se tornar discípulo do Prof. Karamba; e grande parte dos casais portugueses anda a de

No help needed

Eu não gosto de ajudar inválidos na rua por duas razões: a primeira é que geralmente eles são muito orgulhosos e preferem desenrascar-se sozinhos - se fosse comigo faria a mesma coisa; e a segunda, porque nunca sei se a minha ajuda é necessária ou mesmo oportuna. Sinto-me bem à vontade nestes assuntos porque já desempenhei as funções de socorrista num Lar em que tive que cuidar de indivíduos com as mais variadas limitações. Conversei com muitos e fiquei a entender que a única coisa que eles desejam é serem tratados como iguais, doa o que doer... Hoje tomei uma rara iniciativa de voluntarismo generoso e altruísta apenas para descobrir que também eu (de vez em quando) posso ser mais um grande chato que anda na rua com um "coitadinho" na boca. Ao ver uma invisual em rota de colisão com um Jipe (estacionado), peguei-lhe no braço, disse-lhe "desculpe, vá mais para esquerda"; ela disse-me que era a direcção desejada porque queria atravessar a rua; eu disse-lhe que ela ía

Bored itself to death

A razão porque o Live Aid continua a ser o concerto (ou conjunto de concertos) mais memorável neste género de iniciativas, tem uma razão muito simples: cumpriu a sua função! Toda a gente sabia qual o objectivo da angariação de fundos e das diversas vontades humanas, não foi necessário uma extensa e detalhada explicação. Quando me lembro do Live Ai d , lembro-me da espectacular música e do primeiro movimento de massas contra a fome (na Etiópia); Quando me lembro do Live 8 e agora deste Live Earth , lembro-me de... nada! Sinceramente, eu não estou interessado em ouvir longas palestras de modelos femininos e apresentadores de concursos sobre estes tópicos que tanto afligem o mundo. Eu percebo a mensagem mas quero ouvir a música que a transporta. Odeio dobragens, mas isto que fazem agora chega a ser pior. Talvez um dia até juntem as duas coisas: dobrem as poucas músicas que emitirem para português enquanto preenchem o resto do tempo (a maior parte de preferência) com perguntas aos concor

Sal debaixo do tapete

Gostava de saber o que significa e quem raio é que me obrigou a quebrar a minha rotina de só limpar debaixo do tapete de mês a mês. Ouvi dizer que é feitiçaria - o que me é completamente indiferente. Este pessoal devia escolher melhor as "almas" ingénuas a quem desejam mal. Mas ainda bem que me escolheram a mim que sou completamente impermeável a estas merdas, agora só tenho que descobrir quem foi (tenho as minhas suspeitas) e vou provocar-lhe(s) o maior susto que já apanharam: só preciso de arranjar uma galinha morta com penas, giz, velas e um saquinho com merdas tipo cabelos, unhas, etc. Apesar de não acreditar nestas coisas, já me tenho divertido com pacóvios que acreditam. Já chegaram ao cúmulo de dizerem que eu tinha poderes só porque organizei uma sessão espírita numa casa com madeiras velhas que rangiam. Não é a merda da feitiçaria que me irrita, é a intenção e a atitude cobarde.

Vozes intolerantes

As únicas vozes intolerantes e xenófobas que suporto ouvir (ler) são as dos meus amigos. Eu sei que eles brincam ou que, mesmo a sério, seriam incapazes de actos de intolerância. São todas as outras vozes que me incomodam porque não as conheço e não sei do que são capazes. O ideal seria que não houvessem vozes deste género, mas a liberdade de expressão obriga-nos a tolerar todas as ideias, mesmo aquelas que não nos toleram.

Eu odeio a Apple!

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Porque me está a fazer gostar de telemóveis...

Carta de desamor

Exercício pedido no Workshop de Escrita Criativa do Corte Inglês; O objectivo era escrever uma carta de desamor (ao contrário de uma de amor o propósito desta é terminar uma relação): Aeroporto de Lisboa, 29 de Junho de 2007 Querida Nini, Quando receberes esta carta já estarei nos braços da minha nova noiva na Tailândia, onde também o nosso amor começou. Uma vez que não tenho conseguido falar contigo nestes últimos dias para pôr cobro à nossa relação – devias comunicar à tua secretária que eu sou teu marido porque ela nunca me deixa entrar no teu gabinete -, escolho este método pouco elegante para te transmitir a saturação e cansaço em que me encontro e que me levou a esta decisão. Se no início a nossa relação foi igual a tantas outras também especiais e únicas, lá para o meio fiquei com a sensação que talvez estivesse enganado quanto à singularidade desta. O facto de passadas duas semanas do início do nosso casamento tu quereres dar mais “cor” á nossa vida sexual pareceu-

Um imenso Portugal

Ontem foi um dia de amena pacatez. Eu, o João, a Maria e mais três amigos (que pedem anonimato por razões do foro criminal) passámos uma boa parte da tarde sentados na esplanada da Sul América. Gostava de poder dizer que este convívio foi divertido, mas infelizmente deu na gana de quase toda a gente, menos a mim e à Maria, iniciarem uma longa e aborrecida conversa sobre direito e equipamento social. Enquanto eu bocejava e a minha sobrinha contava quantos guardanapos conseguia introduzir no bolso do pai sem ele dar por isso, uma voz com sotaque brasileiro começou a fazer-se ouvir num registo que apagava todas as outras. A pouco e pouco começámos a perceber o conteúdo que esta voz estridente transportava, e, surpresa das surpresas, era uma mensagem muito pouco simpática de Portugal e dos seus nativos. Ninguém na nossa mesa possuía qualquer ideologia de direita, mas é um facto que ficámos irritados. Dizem as regras da boa educação que os convidados têm o direito de não gostar dos anfitriõ