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A mostrar mensagens de agosto, 2006

Marco Paulo vs D'Zrt

Às vezes critico os putos desta geração por ouvirem coisas como os D'Zrt ou a Floribela , mas é uma crítica infeliz. Lembro-me que quando era puto gostava de ouvir o Marco Paulo e as Doce , e se a minha mãe me tivesse levado, eu iria de bom grado a vários concertos destes deuses de ontem. Como os putos de hoje, também eu sabia as letras de cor e passava a vida a cantá-las. No fundo quem tem mau gosto sou eu, ou melhor, era eu quando era puto.

Capas de celulóide

Eu não confio num livro com a capa da adaptação cinematográfica. Tanto é assim que já deixei de comprar vários livros por esta razão. Se sou assíduo visualizador de cinema/vídeo, também o sou de literatura. E se aprendi uma coisa foi que, à excepção das adaptações feitas por Kubrick e Malick e outros poucos, as adaptações cinematográficas pertencem ao reino da caca rala . Bem sei que os livros editados com a capa da última adaptação na película devem ter o mesmo conteúdo de edições anteriores. Mas a observação da capa - coisa que faço frequentemente - remeter-me-ia para a memória da adaptação ou, caso não a tivesse visto, para uma imaginação do cenário e personagens mais pobre e circuncisada. Também desconfio destes livros porque, à semelhança das hollywoodescas adaptações, tenho medo que a tradução e revisão destes seja igualmente pobre e atroz. Se a venda destes livros pertence a uma onda de marketing pós-filme, onde o lucro impera sobre a razão, eu pergunto-me se quem vê e gosta d

O Spartacus dos infiéis

Eu não consigo acreditar que hajam tantas pessoas crentes. Parece-me que para se ser crente é necessário ter fé. Fé em algo transcendental, algo não palpável ou observável, algo tão improvável que é quase impossível. E esta característica (loucura) é muito rara. Quando vejo as grandes multidões a professarem a sua fé, penso logo em clubismo, pressão de grupo, colectividades de recreação, solidão, e...medo! O medo talvez seja o factor mais importante: medo de ser diferente; medo de racionalizar o nosso fim; medo de que os "outros" tenham razão afinal de contas, etc. Poderão argumentar - Mas tu és ateu, o que é que percebes de fé? - Sem dúvida um bom argumento. Mas apesar de não ter fé em deuses ou profetas, não deixo de ter fé. Fé em mim, fé em ti e fé na humanidade. A fé em algo tão louco como um paraíso e não sei quantas virgens ou uma morte eternamente feliz depois de uma vida efémera e miserável não é razoável (ou provável) para quem pensar um pouco. E é por esta suspeita

Apertos e meias

Eu sou um daqueles chatos que dá importância à pressão exercida por centímetro quadrado num aperto de mão. No entanto julgo que isto tem tanta importância como as meias brancas. Se eu aperto com vigor todas as mãos que me aparecem à frente, o mesmo já não acontece se o dono destas for desprezível, cheirar intensamente mal ou tiver uma manápula enorme. Nestes casos o meu aperto é o de um autêntico verme sem personalidade. E para calçar meias brancas seria preciso que as minhas duzentas e cinco (são muitas, não sei quantas são) meias escuras estivessem todas sujas. E o que dizer da maior parte dos países anglo-saxónicos em que o aperto de mão é de um peixe morto e as meias brancas são as únicas no armário. Será que nestes países ninguém tem carácter nem bom gosto? Se a não observância destas regras, universalmente, parece não ter qualquer relação com algum defeito educacional ou estético, então só posso estabelecer (sem muito estudo sobre a situação, apenas alguma reflexão dedutiva) duas

Carecada ariana

Ontem cortei o cabelo com pente dois - uma carecada, portanto. Não passei uma boa noite de sono: suei imenso da (ou na?) cabeça. Hoje de manhã fui passear o cão, ainda tonto de sono - eu, não o cão -, depois tomei o pequeno-almoço e preparei-me para mais um dia "duro" de trabalho. Saí. Não sem antes despedir-me do meu cão - Adeus Kiko! Uma pequena nota só para informar que ontem quando fui cortar o cabelo, como já estava na hora de ir passear o Kiko, disse-lhe que esperasse meia-hora que eu já iria. Só quando saí de casa é que me lembrei que estava a falar com um cão e que, independentemente de ele até ser muito inteligente, acho que ainda não percebe muito bem a noção de tempo e a sua divisão em unidades. Adiante. Mais tarde, quando saí de casa para o trabalho, ao passar pela pastelaria que está, digamos, germinada no meu prédio, reparei numa enorme suástica desenhada no passeio mesmo à frente da esplanada. Veio-me logo à cabeça um pensamento: Vândalos! Enquanto andava, come

A razão perde-se?

A razão perde-se consoante o comportamento de quem a tem? Não me parece. Ou se a tem ou não se tem. Pode-se é dizer que o sacrista apesar de ter razão está a comportar-se de forma a não receber nenhuma palmadinha nas costas.

What if...Andre was destroyed by a rotten tomato?

Se há coisa que me aflige em relação às pessoas próximas de mim é o que possam dizer em momentos inadequados com conteúdos ainda menos adequados. Eu nem me posso queixar muito porque sou uma espécie de Rei a mandar bocas idiotas e com péssimo timing . De qualquer maneira o meu próprio defeito - tenho a certeza que passado hereditariamente - é o meu grande medo. Nem percebo porquê. De modo geral não me preocupo muito com o que terceiros possam pensar de mim. Por outro lado até sou um gajo que cora com bastante facilidade... Abro aqui um parêntesis para relatar a minha última aventura no campo dos tomates maduros - Regressava eu a casa, de metro, vindo do cinema. Na minha cabeça ainda se desenrolava o excente Superman Returns . Nisto uma rapariga esbelta vem-se pôr mesmo ao meu lado. Todos os meus pensamentos sobre um homem que voa foram substituídos por várias imagens desta rapariga em poses sensuais, também a voar. E quando este tipo de pensamentos trespassa a minha cabeça, rapidament

A revolta Ocidental

A realidade que eclodiu ontem (10 de Agosto de 2006) em Londres, relativamente ao desmantelamento de um grupo que se preparava para lançar uma onda terrorista sem precedentes através do transporte de explosivos liquídos para os aviões, relembrou-nos mais uma vez uma realidade a que não podemos fugir: O perigo espreita em plena Europa! Digo em primeiro lugar que sempre fui e serei de Esquerda em termos de ideologia política e social. Como também sou Ateu. Mas, acima de tudo, e ao contrário da maioria das religiões (principalmente as mais representativas em termos de crentes) preservo a vida humana como o valor mais sagrado. Parafraseando o ditado israelita que aparece na Lista de Shindler "quem salva uma vida, salva o mundo inteiro". Admito que sou racista e xenófobo!! Admito não, digo alto e bom som que sou racista e xenófobo!! Mas, ao contrário do que é habitual, não o sou por olhar para a cor da pele ou proveniência geográfica de uma pessoa!! Não, sou racista e xenófobo per

Emprestada-me!

Segundo a minha experiência de (árdua) vida, sei que não se deve falar excitadamente do último objecto que adquirimos. Corremos o risco que possa ser levado por terceiros com uma ou mesmo duas mãos... Ao longo de mais ou menos 30 anos tenho tido o hábito de emprestar muito facilmente aquilo que me dá prazer, para descobrir um pouco mais tarde que nunca mais (a não ser que o adquira outra vez) sentirei prazer com aquele objecto. Infelizmente o conceito " emprestar " continua a ser demasiado estranho para, ainda, demasiadas pessoas. Este é geralmente confundido com " dar " e " estás lixado, nunca mais o vês! ". É minha convicção que enquanto este conceito não for apreendido, não conseguiremos chegar ao nível evolutivo exigido (já há muito tempo) pela U.E. Nota: Se não descrevo e nomeio o tipo de objectos que menciono, é por duas razões: 1 - Não me quero tornar repetitivo; 2 - Quero dar oportunidade aos homossexuais para mandarem as suas graçolas em relação a