Volver e volver outra vez
Apercebi-me agora que tenho um péssimo feitio quando estou com sono e não me consigo livrar de algum chato... ou chata.
São, neste momento em que escrevo no meu caderno, meia noite e meia, e estou recordar os últimos quarenta e cinco minutos ao mesmo tempo que contemplo as enormes mamocas da apresentadora do 103º aniversário do Benfica na RTP1.
O melhor é começar pelo princípio...
Combinei com uma amiga alugar o Volver do Almodovar para uma sessão cinéfila em minha casa. Bom filme! - Chuac!
Até ao fim do filme tudo bem, mas depois já começava a ficar sem pachorra, queria ir-me deitar e não havia maneira de me livrar desta minha amiga.
Faltavam quarenta e cinco minutos para agora quando ela começou os rituais de despedida.
Veste camisola, bebe um Whisky, come uma sandes; põe cachecol, mais uma sandes, mais um Whisky; tira camisola e cachecol, vai á casa-de-banho; fala comigo um pouco, veste camisola outra vez, mais um gole de Whisky; come mais uma sandes, põe cachecol; veste blusão, ajeita os fones, tira blusão, vai á casa-de-banho outra vez; veste blusão, mais um Whisky, põe cachecol, ajeita os fones; fala mais um pouco, assenta a mala a tiracolo; fala mais um pouco, mais um copo de Whisky, e... volta atrás. Finalmente vai-se embora.
Durante todos os quarenta e cinco minutos destes rituais, eu passei por vários estágios sensoriais: diminuição da capacidade de fala até só emitir sons guturais; repentinos acessos de riso por causa da frustração; irritação; impaciência.
Mas seria injusto estar para aqui só a atacar a rapariga - boa amiga! - que até foi muito simpática e lavou-me a louça. Para além de ter sido boa companhia.
O defeito é só meu, eu sei. Tenho este problema com despachar as pessoas quando já estou farto e quero ir fazer outra coisa, tipo ir para a caminha.
São, neste momento em que escrevo no meu caderno, meia noite e meia, e estou recordar os últimos quarenta e cinco minutos ao mesmo tempo que contemplo as enormes mamocas da apresentadora do 103º aniversário do Benfica na RTP1.
O melhor é começar pelo princípio...
Combinei com uma amiga alugar o Volver do Almodovar para uma sessão cinéfila em minha casa. Bom filme! - Chuac!
Até ao fim do filme tudo bem, mas depois já começava a ficar sem pachorra, queria ir-me deitar e não havia maneira de me livrar desta minha amiga.
Faltavam quarenta e cinco minutos para agora quando ela começou os rituais de despedida.
Veste camisola, bebe um Whisky, come uma sandes; põe cachecol, mais uma sandes, mais um Whisky; tira camisola e cachecol, vai á casa-de-banho; fala comigo um pouco, veste camisola outra vez, mais um gole de Whisky; come mais uma sandes, põe cachecol; veste blusão, ajeita os fones, tira blusão, vai á casa-de-banho outra vez; veste blusão, mais um Whisky, põe cachecol, ajeita os fones; fala mais um pouco, assenta a mala a tiracolo; fala mais um pouco, mais um copo de Whisky, e... volta atrás. Finalmente vai-se embora.
Durante todos os quarenta e cinco minutos destes rituais, eu passei por vários estágios sensoriais: diminuição da capacidade de fala até só emitir sons guturais; repentinos acessos de riso por causa da frustração; irritação; impaciência.
Mas seria injusto estar para aqui só a atacar a rapariga - boa amiga! - que até foi muito simpática e lavou-me a louça. Para além de ter sido boa companhia.
O defeito é só meu, eu sei. Tenho este problema com despachar as pessoas quando já estou farto e quero ir fazer outra coisa, tipo ir para a caminha.
Comentários