Este gajo tem a mania!
Há uns anos atrás, quando começou a massificação dos telemóveis, havia uma vergonha generalizada de utilizá-los em público. Certo é que quem os exibisse era rotulado de convencido ou novo-rico.
Pior ainda eram aquelas pessoas de menos posses que faziam questão de ter um, nem que fosse só para dizer olá à Sogra. Obviamente que estes eram olhados de lado; eram os novos com-a-mania-de.
Entretanto, todas estas fobias e manias - muito típicas do povo português - já passaram. Fazem parte do passado recente.
Infelizmente há ainda certas "manias" que continuam a ser rotuladas: gostar de música clássica ou Jazz, ler poesia, gostar de arte no geral, etc.
Se numa nos colam uma etiqueta de pseudo-intelectual noutra colam-nos uma de roto. E por aí em diante.
Há muitos gostos que as pessoas, em determinados meios, não se atrevem ainda a divulgar. Especialmente o gosto pela cultura e pelas artes.
Neste país tudo o que é novidade é olhado com suspeição. E a suspeita recai não só no objecto como também no utilizador. Sendo que o objecto - na óptica portuguesa - pertence a determinado perfil de utilizador, e utilizador nenhum deve possuir esse objecto. Esta contradição só é aplicada nas coisas novas, portanto alguém tem que sofrer inicialmente para as tornar "velhas". E quem é que sofre por nós todos e para gáudio dos "verdadeiros" intelectuais opinativos dos media, nem mais nem menos que o Zé Povinho de sempre, ou seja, nós todos sofremos por todos nós.
Mas quem é mais conservador e preconceituoso? Os intelectuais ou o resto?
Enquanto a voz do resto faz-se ouvir um pouco esganiçada e com alguns tons de gozo, já a voz do intelectual é vigorosa, persistente e verdadeiramente corrosiva. O resto depressa se adapta ao novo fenómeno e aplica-lhe a devida importância, o intelectual recusa-se a aceitar, permanece purista, classicista, inamovível, é capaz de levar a batalha até ao túmulo.
Mas o mais estranho disto tudo é que o telemóvel, que está aí há poucos anos, já não seja uma novidade, e a cultura e as artes, que nos acompanham desde sempre, ainda o sejam. Leva-me a pensar que talvez exista mais algum factor.
A única coisa que me ocorre assim de repente é o facto de a cultura e as artes exigirem uma educação/formação liberal, livre de alguns preconceitos, e com um forte ênfase na aceitação do diferente. Só assim podemos observar (e abraçar) o exterior a nós com uma atitude socialmente saudável.
Pior ainda eram aquelas pessoas de menos posses que faziam questão de ter um, nem que fosse só para dizer olá à Sogra. Obviamente que estes eram olhados de lado; eram os novos com-a-mania-de.
Entretanto, todas estas fobias e manias - muito típicas do povo português - já passaram. Fazem parte do passado recente.
Infelizmente há ainda certas "manias" que continuam a ser rotuladas: gostar de música clássica ou Jazz, ler poesia, gostar de arte no geral, etc.
Se numa nos colam uma etiqueta de pseudo-intelectual noutra colam-nos uma de roto. E por aí em diante.
Há muitos gostos que as pessoas, em determinados meios, não se atrevem ainda a divulgar. Especialmente o gosto pela cultura e pelas artes.
Neste país tudo o que é novidade é olhado com suspeição. E a suspeita recai não só no objecto como também no utilizador. Sendo que o objecto - na óptica portuguesa - pertence a determinado perfil de utilizador, e utilizador nenhum deve possuir esse objecto. Esta contradição só é aplicada nas coisas novas, portanto alguém tem que sofrer inicialmente para as tornar "velhas". E quem é que sofre por nós todos e para gáudio dos "verdadeiros" intelectuais opinativos dos media, nem mais nem menos que o Zé Povinho de sempre, ou seja, nós todos sofremos por todos nós.
Mas quem é mais conservador e preconceituoso? Os intelectuais ou o resto?
Enquanto a voz do resto faz-se ouvir um pouco esganiçada e com alguns tons de gozo, já a voz do intelectual é vigorosa, persistente e verdadeiramente corrosiva. O resto depressa se adapta ao novo fenómeno e aplica-lhe a devida importância, o intelectual recusa-se a aceitar, permanece purista, classicista, inamovível, é capaz de levar a batalha até ao túmulo.
Mas o mais estranho disto tudo é que o telemóvel, que está aí há poucos anos, já não seja uma novidade, e a cultura e as artes, que nos acompanham desde sempre, ainda o sejam. Leva-me a pensar que talvez exista mais algum factor.
A única coisa que me ocorre assim de repente é o facto de a cultura e as artes exigirem uma educação/formação liberal, livre de alguns preconceitos, e com um forte ênfase na aceitação do diferente. Só assim podemos observar (e abraçar) o exterior a nós com uma atitude socialmente saudável.
Comentários
X
Já agora, não tenho nada contra os homossexuais, apenas contra os rotos cheios de tiques.