A mim não me atrofias!
Sempre que um atrofiado é atendido num local público, a tendência do empregado é começar a falar mais alto. As perguntas dirigidas ao pobre coitado sobem de volume e são acompanhadas pelo seu olhar panorâmico para ver se alguém lhe acha graça.
Claro que quanto mais envergonhado o atrofiado fica, mais as perguntas são estúpidas e a roçar a histeria; chega a um ponto em que o atrofiado já não sabe onde se meter.
Eu observo isto tudo com uma raiva contida. A minha vontade, depois de me autoflagelar por estar sempre a rotular o pobre coitado de atrofiado, é chegar ao pé do empregado e dizer-lhe das boas. E alto!
Esta situação não é justa para os atrofiados. Quanto mais atrofiados eles são mais atrofia lhes provocam. É uma bola de neve de atrofio.
Mas a culpa também é do resto das pessoas que, normalmente, são cúmplices neste joguinho do arrasa-o-atrofiado. Parece que têm medo de serem as próximas vítimas e então deixam-se levar.
Mas depois há o inverso da medalha: se eu estiver com a minha irmã (o exemplo máximo de reacção que conheço) que faz bandeira da defesa dos pobres e oprimidos, e que não se sabe calar quando chega a altura, e que ainda por cima faz uma grande peixeirada. Eu nem sei onde me hei-de esconder. Nestas alturas o meu desejo é ter sido apenas mais um entre tantos a olhar, com medo de ser o próximo, e a rir. A rir não sei porquê. A rir só para não estar ali da próxima vez que o empregado quiser apanhar mais alguma vítima e resolver fazer dele o atrofiado do mês.
Claro que quanto mais envergonhado o atrofiado fica, mais as perguntas são estúpidas e a roçar a histeria; chega a um ponto em que o atrofiado já não sabe onde se meter.
Eu observo isto tudo com uma raiva contida. A minha vontade, depois de me autoflagelar por estar sempre a rotular o pobre coitado de atrofiado, é chegar ao pé do empregado e dizer-lhe das boas. E alto!
Esta situação não é justa para os atrofiados. Quanto mais atrofiados eles são mais atrofia lhes provocam. É uma bola de neve de atrofio.
Mas a culpa também é do resto das pessoas que, normalmente, são cúmplices neste joguinho do arrasa-o-atrofiado. Parece que têm medo de serem as próximas vítimas e então deixam-se levar.
Mas depois há o inverso da medalha: se eu estiver com a minha irmã (o exemplo máximo de reacção que conheço) que faz bandeira da defesa dos pobres e oprimidos, e que não se sabe calar quando chega a altura, e que ainda por cima faz uma grande peixeirada. Eu nem sei onde me hei-de esconder. Nestas alturas o meu desejo é ter sido apenas mais um entre tantos a olhar, com medo de ser o próximo, e a rir. A rir não sei porquê. A rir só para não estar ali da próxima vez que o empregado quiser apanhar mais alguma vítima e resolver fazer dele o atrofiado do mês.
Comentários
Já levei porrada por não me calar...nessa altura tive medo que a porrada me deixasse algum tipo de trauma que me fizesse silenciar...depois constatei que não sofri nenhum tipo de mutação...continuo a mesma desbocada de sempre!!!
De qualquer das formas é um problema passar um conceito deste quando se educa uma filha...a Maria interiorizou o conceito a 200% e temso tido alguns dissabores com isso... ela defende-se sempre dizendo " tu é que me ensinaste a não me calar nunca...não me calar a injustiças" depois eu tenho que lhe explicar que quem define o que é uma injustiça sou eu e o pai, não é ela!!! Às vezes é dificil...loool
Mas confessa André...tu gostas das minhas peixaradazitas...gostas gostas!!! loooooool
Inspiração precisa-se!