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A mostrar mensagens de março, 2007

A mim não me atrofias!

Sempre que um atrofiado é atendido num local público, a tendência do empregado é começar a falar mais alto. As perguntas dirigidas ao pobre coitado sobem de volume e são acompanhadas pelo seu olhar panorâmico para ver se alguém lhe acha graça. Claro que quanto mais envergonhado o atrofiado fica, mais as perguntas são estúpidas e a roçar a histeria; chega a um ponto em que o atrofiado já não sabe onde se meter. Eu observo isto tudo com uma raiva contida. A minha vontade, depois de me autoflagelar por estar sempre a rotular o pobre coitado de atrofiado, é chegar ao pé do empregado e dizer-lhe das boas. E alto! Esta situação não é justa para os atrofiados. Quanto mais atrofiados eles são mais atrofia lhes provocam. É uma bola de neve de atrofio. Mas a culpa também é do resto das pessoas que, normalmente, são cúmplices neste joguinho do arrasa-o-atrofiado . Parece que têm medo de serem as próximas vítimas e então deixam-se levar. Mas depois há o inverso da medalha: se eu estiver com a minh

Elementar, meu caro amigo

A meio da minha adolescência conheci um tipo, hoje é um dos meus grandes amigos, que me ensinou uma coisa preciosa que ainda hoje aplico: aprender a observar as pessoas, estudar os seus padrões comportamentais, tentar colocar-me na "pele" dessa pessoa (empatia), e, finalmente, deduzir alguns comportamentos e tendências. Nunca consegui ser tão perspicaz como este meu amigo que é uma espécie de Sherlock Holmes , mas estou sempre a praticar. De vez em quando consigo surpreender os mais distraídos com "brilhantes" observações e deduções, e fico satisfeito; Outras vezes engano-me redondamente, e fico frustrado. Tenho que confessar que cheguei ao cúmulo de me instruir em técnicas mais esotéricas de "ler" a natureza humana e outras mais pragmáticas de manipulação. Apliquei-as - especialmente as de Carnegie - para obter o que queria e obtive sucesso nos resultados. Infelizmente a manipulação vai contra a minha natureza, depressa desisti de a usar. Ficou o conheci

Inscrições romanas e o porno dos anos oitenta

Estava eu sentado na esplanada de um certo café muito famoso com o meu grande amigo João Pinto a conversar, ou melhor, a observar com um sorriso - como diz uma amiga minha -, quando vejo três mulheres quarentonas, loiras recentes, com um certo aroma de luxúria; as três com calças de licra, apertadinhas. Eu já as tinha visto, imaginei eu, em algum filme pornográfico dos anos oitenta. Elas estavam acompanhadas por dois mânfios: um era, sem dúvida, o realizador; o outro o cameraman. Enquanto o João dissertava sobre as inscrições romanas da Baixa Pombalina, eu imaginava para onde estes cinco personagens se dirigiam e o que fariam quando lá chegassem. Estranhamente, a ideia que iam para um estúdio manhoso, improvisado num apartamento quase à prova de som, não me saía da cabeça. Atravessaram a estrada e dirigiram-se para uma carrinha comercial, daquelas só com dois lugares. Imediatamente pensei que o meu sonho estava desfeito - Iam-se separar! Foi só quando vi que o realizador abria a porta

Lost in translation

Já estou farto de ouvir que se não existisse tinha que ser inventado - nunca percebi muito bem o que isto quer dizer, mas penso que deve ser uma referência a algo caricato da minha maneira de ser - , mas começo finalmente a acreditar que alguém se enganou na minha concepção. Mais uma vez ia eu distraído, absorto nos meus pensamentos, a caminho do trabalho. Não sei porquê, mas as pessoas têm a mania de me pedir orientações, logo eu que não sei o nome de quase rua nenhuma. Ao virar a esquina para começar a subir a rua cujo nome me escapa, deparo-me com um casal: altos, louros, com aspecto de turistas. Reparo que eles têm um mapa e olham para mim, tento fingir que não os vejo mas eles colocam-se à minha frente. Apontam para o mapa e perguntam qualquer coisa que não consigo perceber. Apesar de não me estar a apetecer dar direcções em inglês, lá faço o esforço. Descubro que o inglês deles ainda é pior do que o meu. - Devem ser franceses ou alemães - Penso eu. Com o mapa foi mais fácil orien

Este gajo tem a mania!

Há uns anos atrás, quando começou a massificação dos telemóveis, havia uma vergonha generalizada de utilizá-los em público. Certo é que quem os exibisse era rotulado de convencido ou novo-rico. Pior ainda eram aquelas pessoas de menos posses que faziam questão de ter um, nem que fosse só para dizer olá à Sogra. Obviamente que estes eram olhados de lado; eram os novos com-a-mania-de . Entretanto, todas estas fobias e manias - muito típicas do povo português - já passaram. Fazem parte do passado recente. Infelizmente há ainda certas "manias" que continuam a ser rotuladas: gostar de música clássica ou Jazz, ler poesia, gostar de arte no geral, etc. Se numa nos colam uma etiqueta de pseudo-intelectual noutra colam-nos uma de roto. E por aí em diante. Há muitos gostos que as pessoas, em determinados meios, não se atrevem ainda a divulgar. Especialmente o gosto pela cultura e pelas artes. Neste país tudo o que é novidade é olhado com suspeição. E a suspeita recai não só no objecto

Vamos à escola!

Aqui vão cinco regras para escrever eficazmente - para mim e para ti; Estas regras foram desenvolvidas pelo grande George Orwell . 1 - Nunca use uma metáfora ou figura de estilo que apareça regularmente nos media . Estas frases comuns já têm uma carga emotiva associada, para além de serem confortáveis e melódicas. Por esta razão falham em criar uma resposta emocional adequada ao nosso contexto. Tome o seu tempo para criar novas e poderosas imagens. 2 - Nunca use uma palavra longa quando uma curta faz o mesmo trabalho. As palavras longas não o fazem parecer mais inteligente, a não ser que sejam bem utilizadas e contextualizadas. Na maior parte das vezes o uso destas palavras só transmite uma imagem de quem escreve como uma pessoa arrogante e pretenciosa. Quando Hemingway foi criticado por Faulkner pela sua limitada escolha de palavras, isto foi o que ele [Hemingway] respondeu: Poor Faulkner. Does he really think big emotions come from big words? He thinks I don’t know the ten-dollar w

O meu Reino por mais sonhos!

Tenho andado com dor-de-dentes. E tenho andado sempre a pensar em sexo. Mesmo quando a dor-de-dentes é quase insuportável não consigo evitar em pensar de vez em quando em mamas, rabos e patas-de-camelo. O pior é na rua. Quando ando na rua passo sempre por mulheres lindas e curvilíneas, o que me leva constantemente a dizer p'ros meus botões - concentra-te na dor-de-dentes e esquece o raio do sonho. Acho que se um dia alguém resolver inventar um teste de identidade sexual, este devia começar pela tortura: Gostas de gajas ou de gajos? - Isto enquanto o enchiam de porrada. Como gajo penso muito em sexo, muito tempo e todo o dia; mas como doente dos dentes isto já está a chegar ao cúmulo. Os sonhos são mais intensos e quando os consigo interromper finalmente (pura força de vontade), é quase tarde demais em relação ao volume nas calças. Tenho que olhar para baixo para ver se estou apresentável - sem dar nas vistas, assobiando - e depois continuo. O lado positivo é que quando a bandeira

Generalizar por aí

Um dos meus grandes defeitos nas dissertações que faço é generalizar determinado comportamento, mesmo sem fundamentação nenhuma. Não hesito em fazê-lo porque toda a gente o faz... Claro que os únicos comportamentos humanos de que posso falar são daquelas pessoas que conheço e até o meu próprio - coisa bastante comum que depois camuflo com a terceira pessoa de um verbo qualquer. Como acredito piamente nos meus poderes de dedução (como aliás qualquer maluco que se preze), não tenho qualquer problema em diagnosticar alguns comportamentos. De vez em quando até sou capaz de arranjar profilaxia para algumas doenças mentais decorrentes dos comportamentos desviantes aqui analisados. Também gosto de estereotipar. No fundo o que eu quero dizer é que gosto de chamar os "outros" de malucos, e de dizer que eu e os meus amigos é que somos sãos. Quando se calhar devia dizer o contrário: Eu sou doido, os meus amigos também o devem ser por se darem comigo, e os outros... os outros são mais ou

Eu e eu e eu...e eu

Eu não percebo as pessoas que têm discursos diferentes em público e em privado. Quero dizer, percebo mas não me agrada. Eu tento ser coerente com a expressão da minha natureza, sou tão exagerado aqui (no blog) como na vida real. Claro que a mudança de discurso é uma boa defesa dos nossos sentimentos e uma salvaguarda das nossas inseguranças; mas um muro é um muro, e as suas funções são cercar e defender - nem se sai, nem se entra. As personalidades múltiplas, as diferentas facetas e identidades já passaram de moda. Agora, ao mesmo tempo que o individualismo e a diferença florescem, também a adopção de um eu único e imutável para todos os universos (real, imaginário e virtual) se torna cada vez mais um comportamento normal. Não quero com isto dizer que por vezes não seja aceitável e mesmo saudável experimentar uma outra personalidade. Claro que haverão aqueles que dirão que não se trata de múltipla personalidade mas sim de adaptação a uma outra realidade. Pois eu concordo que haja adapt

Aqui só entra menina

Gosto muito de ler os blogs da miúdas, aprendo sempre montes de coisas. Mas quando começam a publicar montes de fotos com gajos nús, podem crer que deixo de lá ir. Meninas, se não querem que os gajos vos visitem é mais fácil dizerem-no.

Aceita-me! Eu aceito-te.

Tens que mudar. Tens que tentar não ser assim. Tens que melhorar este aspecto. Tens que tentar fazer as coisas de maneira diferente. Tens que deixar de fazer isto, isso e aquilo. Tens que te adaptar ao mundo porque este não se adapta a ti. Tens que te conformar. Tens que te integrar. Tens que mudar. Quem é que nunca ouviu isto? Melhor ainda, quem é que realmente leva a sério uma pessoa que nos pede uma metamorfose? Eu sei que eu não. Porque é que alguém que gosta de mim há-de sinceramente querer que eu mude? Eu não mudo e nunca mudarei. Eu sou eu! Os meus defeitos são tão tão importantes para a minha identidade quanto as minhas qualidades. Se mudasse um iota que fosse, já não seria eu, seria outro qualquer. Eu não peço a ninguém que mude. Eu aceito a identidade de quem eu gosto. Foi por essa identidade que eu me aproximei. Não quero outra pessoa perfeita no lugar daquela que é defeituosa. Não gosto de gente perfeitinha, com tudo no lugar, aborrecem-me. Garanto que não durava cinc

Outra vez!

Há uma hora que estou a pensar em me desmarcar de uma certa pessoa que me perguntou se eu iria estar em casa hoje à noite e eu estupidamente - e também porque não sei mentir com rapidez, engasgo-me - disse que sim. Agora estou na dúvida se lhe dou uma desculpa qualquer ou não. Se der, ela (opps!) vai continuar a tentar até eu esgotar o arsenal limitado de desculpas que tenho; Se não der, ela vai ficar muito desiludida com a falta de consideração e, talvez, tentar outra vez. Aí faço-lhe o mesmo e ela desiste por uns tempos... Qualquer que seja a solução, não a aplico de bom grado. Já sei que vou ficar de consciência pesada, mas tem que ser! Estas merdas estão-me sempre a acontecer. Aposto que é porque sorrio muito.

Não me sopres nas orelhas!

Uma das coisas que mais detesto presenciar são os sopros de frustração, especialmente se estes são quase ao meu ouvido - quase que reajo como os cães, as minhas orelhas mexem-se todas incomodadas e eu olho com cara de parvo para o frustrado. Não sei explicar, é uma coisa que me provoca arrepios! Logo a seguir aos sopros são os tsc! que me irritam. Especialmente os tsc! em série. Um ou outro pontual ainda vá que não vá, mas uma série deles, de rajada, até me encarquilham as unhas dos pés. Sopros e tsc! ao mesmo tempo é coisa que nunca vi - talvez por um exigir sopro e o outro sucção -, mas garanto que o dia que presenciar isso mando um berro. Também me incomodam as reacções violentas, como pontapés às coisas e arremesso de objectos. É simplesmente primitivo. A frustração devia ser só expressa na privacidade.

Espelho meu...

O único espelho que tenho em casa é demasiado pequeno para me ver de corpo inteiro, por isso quando preciso de verificar que estou apresentável vou até ao elevador, meto-me lá dentro e desfruto do enorme espelho que este possui. Talvez seja um pouco vaidoso, e talvez tenha demorado demais, mas a verdade é que chamaram o elevador comigo lá dentro ainda a vestir-me. Levei uma fracção de segundo para descobrir que não havia botão de parar e outra fracção para descobrir que tinha exactamente o percurso de dois andares para apertar o cinto, meter a camisa para dentro e abotoá-la também. Não consegui evitar um sorriso meio assustado da rapariga que estava à espera do elevador no rés-do-chão. Saí calmamente todo desfraldado e com uma ponta do cinto a apontar falicamente para a frente e fingi que ia ver o correio. Quando a porta do elevador se fechou, subi rapidamente as escadas para a privacidade do meu apartamento e fiz uma promessa ajoelhado de que nunca mais deixaria a porta do elevador se

Napoleonicamente falando

Já que neste blog meto a minha vida toda em pratos limpos, mais vale já dizer que sou um daqueles gajos baixinhos que às vezes se vê passar na rua. Tenho a "preciosa" altura de 1,60m. E bem sei que os homens não se medem aos palmos, ou assim me dizem, mas quem é baixo sabe bem que isso não corresponde à realidade. Quero deixar bem claro que já ultrapassei quase todos os complexos e demais problemas mentais que tinha. Excepto o facto de ainda querer dominar o mundo, o resto da sanidade está OK! Já estou tão habituado ao facto de ser meia leca que já nem dou por isso. Claro que em determinadas situações bizarras eu acordo para a realidade. Por exemplo, ontem estava a falar com um grupo de pessoas muito bem, quando de repente tive uma espécie de flash (sim, tipo haxixe). Dei conta que sem dar por isso me tinha colocado ao nível dos olhos dos meus interlocutores subindo um degrau (bem alto), e lá estava eu todo contente. Claro que não desci o degrau! Eu não vou tomar aqui uma ati

A Bela e o Cromo

Compreendo que o modelo do programa "A Bela e o Mestre" seja aquele e os gajos que o estão a fazer cá em Portugal têm que obedecer às regras do que compraram, mas não posso deixar de sentir que é uma completa idiotice. Ainda fazerem do Mestre um cromo, isso percebo, mas agora fazerem da bela uma tolinha ignorante que não sabe nada, é anedótico e não corresponde à realidade portuguesa. Se de facto a mulher portuguesa cada vez está mais bonita e sofisticada, já não é verdade que esta é burrinha. Aliás, existem mais mulheres com curso superior no nosso país do que homens. Sinto que a mulher portuguesa, desde a lei da paridade, está a ser representada de uma maneira pérfida. Já não há pachorra para esta imagem que é passada da mulher. Já agora, os cromos que lá puseram não podiam ter mais vida, tipo, serem animados? E para rematar: mas quem é que não sabe quem são o Woddy Allen e o Fidel Castro? Estão a gozar connosco!

Elas dão cabo de mim

A volatibilidade emocional feminina é coisa que sempre me fascinou. Por mais que presencie este fenómeno, não consigo deixar de ficar espantado de cada vez que acontece. Num momento está tudo bem, noutro, e sem qualquer razão aparente, tudo muda. Nuvens negras e trovoada onde estava um belo céu azul iluminado pelo sol. E não são só mudanças de humor, que essas também acontecem no género masculino, mudanças de coração e outras de interesse mais egoísta. Como já tenho mencionado, eu cresci rodeado de mais mulheres do que homens. Isto levou a que a minha educação tenha focado por um lado para um ligeiro toque de machismo e por outro - paradoxalmente - para uma visão da mulher como um ser mais "iluminado" do que o homem. A minha avaliação de cada mulher é baseada no que me foi transmitido pelas mesmas, portanto, e embora as minhas deduções possam ser ocasionalmente abaladas pela parcialidade de uma visão mais emocional, no final, a razão e o conhecimento adquirido ao longo dos an

Preliminar de uma tarde a sonhar

Há uns tempos atrás tive uma espécie de diferença de opinião com uma amiga minha. O assunto em cima da mesa era o preliminar, ou aquilo que é bom e que antecede o sexo. A diferença de opinião gerou-se quando ela mencionou que adora linguados e eu rematei que também adoro preliminares; ao que ela respondeu que os linguados nem sempre eram preliminares porque nem sempre antecedem o sexo; o que eu discordei... O que eu penso sobre todas as carícias, beijos e apalpões que me excitam e me deixam pronto para a brincadeira é que são um aquecimento para o sexo, tenha este lugar logo a seguir ou não. Nós, os homens, temos esta característica muito especial, este poder, de conseguirmos estar sempre excitados. Para nós, o facto de estarmos ao pé de uma mulher que desejamos já é o suficiente para chamar aquele momento de preliminar. E aqui quero dar um exemplo que há muito tempo queria utilizar mas não sabia como: uma contagem decrescente deixa de ter esse nome se o foguete não é lançado? Depois h

cocó, xixi, pilinha e pipi

Muito honestamente eu não gosto de usar calão. Não critico quem o usa e até acho piada, mas não me peçam para o fazer. E para não pensarem que sou um betinho, já houve uma época da minha vida em que usei e abusei dessa linguagem muito especial. Por força das circunstâncias - mudança radical de trabalho e "boas" companhias - eu forcei-me a erradicar o calão da minha vida. Não vou dizer que com os meus amigos não abra uma excepção a um pontual fodasse! ou mesmo a um caralho! (esta última não deve ser lida à letra), mas normalmente é forçado e calculado, e raramente é espontâneo. - Ok! Este parágrafo não me saiu muito bem... O que talvez seja pior para mim, aquilo pelo qual os meus amigos podem pegar (e pegam) para me chamarem menino, é o facto de eu utilizar palavras de bebé: cocó, xixi, mamã, papá, bolinhas, pilinha, pipi, rabo, e já chega de me envergonhar. Se sou capaz de dizer uma asneira ou outra para defender a minha virilidade dos evil doers , há certas coisas que não

Quem espera sempre cansa

Pela quarta vez este ano fui ao médico por causa das bolinhas . Se os Centros de Saúde fossem um serviço eficiente só precisaria de de lá ir duas vezes - uma para as credenciais e outra para apresentar os resultados. Infelizmente, depois de ter a ecografia pronta para entregar, apanhei o médico sempre de folga ou de férias. Desta vez consegui apanhá-lo. Claro que as coisas não poderiam correr na perfeição. Já estava a achar muito estranho ser o número dois no atendimento... Estive à espera desde as oito até ás onze da manhã, e finalmente fui atendido pelo atrasado do meu médico; apenas para descobrir que as minhas análises ao sangue não estavam com ele, e pior, estavam perdidas. Após meia hora á procura das análises nos vários pisos, lá as encontraram. Agora tinha que voltar a ser atendido, mas com uma excepção, passei a último. Isto significava que teria que ficar lá mais não sei quantas horas. - Desisti! Marquei uma consulta para outro dia. - Ainda não terminou o calvário. Apesar de

Volver e volver outra vez

Apercebi-me agora que tenho um péssimo feitio quando estou com sono e não me consigo livrar de algum chato... ou chata. São, neste momento em que escrevo no meu caderno, meia noite e meia, e estou recordar os últimos quarenta e cinco minutos ao mesmo tempo que contemplo as enormes mamocas da apresentadora do 103º aniversário do Benfica na RTP1. O melhor é começar pelo princípio... Combinei com uma amiga alugar o Volver do Almodovar para uma sessão cinéfila em minha casa. Bom filme! - Chuac! Até ao fim do filme tudo bem, mas depois já começava a ficar sem pachorra, queria ir-me deitar e não havia maneira de me livrar desta minha amiga. Faltavam quarenta e cinco minutos para agora quando ela começou os rituais de despedida. Veste camisola, bebe um Whisky, come uma sandes; põe cachecol, mais uma sandes, mais um Whisky; tira camisola e cachecol, vai á casa-de-banho; fala comigo um pouco, veste camisola outra vez, mais um gole de Whisky; come mais uma sandes, põe cachecol; veste blusão, a

Que semana de merda!

Esta semana tem sido difícil! Ando a atravessar uma fase qualquer meio abichanada de insegurança e, mais uma vez, de inadequação. Todos os dias desta semana tenho tido uma nóia nova. Ora é isto que é assim e assado, ora é aquilo que devia frito e cozido, ora é aqueloutro que era suposto ser estufado e gratinado. Chego ao fim do dia derreado de tanto pensar. Não que seja coisa que não faça numa base regular (pensar), mas normalmente não me sinto um idiota quando concluo os meus pensamentos. Que merda! Porque é que um gajo tem que ter estes mecanismos de auto-análise?

Covardes e heróis

Estará o mundo dividido entre covardes e heróis? Apenas podemos rotular alguém com uma destas qualidades quando existe coerência e constância ao longo da vida. O que é um facto incontornável é que os heróis vivem pouco e os covardes morrem velhos; Por outro lado, uns são lembrados com saudade e orgulho e os outros permanecem figuras obscuras e detestáveis. Então o que fazer? Vivo pouco e amado ou muito e odiado? Obviamente que a solução não é nenhum segredo, aliás, é aplicada por todos. Devemos ser corajosos e audazes mas não suicídas por qualquer razão; Devemos saber quando dar um passo atrás ou um á frente, não só por nós mas pelos que nos rodeiam; Devemos defender os nossos ideais, mas não ao ponto do fundamentalismo; Devemos defender aqueles que amamos sem reservas, até à morte; Devemos defender as nossas posses e propriedades, mas nunca á custa da integridade física de outros. No fundo todos tentamos ser corajosos no dia-a-dia, mas como somos humanos temos os nossos acessos de med