A mim não me atrofias!
Sempre que um atrofiado é atendido num local público, a tendência do empregado é começar a falar mais alto. As perguntas dirigidas ao pobre coitado sobem de volume e são acompanhadas pelo seu olhar panorâmico para ver se alguém lhe acha graça. Claro que quanto mais envergonhado o atrofiado fica, mais as perguntas são estúpidas e a roçar a histeria; chega a um ponto em que o atrofiado já não sabe onde se meter. Eu observo isto tudo com uma raiva contida. A minha vontade, depois de me autoflagelar por estar sempre a rotular o pobre coitado de atrofiado, é chegar ao pé do empregado e dizer-lhe das boas. E alto! Esta situação não é justa para os atrofiados. Quanto mais atrofiados eles são mais atrofia lhes provocam. É uma bola de neve de atrofio. Mas a culpa também é do resto das pessoas que, normalmente, são cúmplices neste joguinho do arrasa-o-atrofiado . Parece que têm medo de serem as próximas vítimas e então deixam-se levar. Mas depois há o inverso da medalha: se eu estiver com a minh...