Uma geração de chatos

Três horas a aturar um chato que não se calou nem um minuto. O mais difícil foi suster uma gargalhada quando ele se queixou de uma certa pessoa ser muito chata porque não se calava.
Este será talvez um dos piores chatos que eu conheço, aquele que monopoliza a conversa e que não admite contraditório. Mesmo qualquer voz que se erga para sublinhar o seu ponto de vista, ele imediatamente argumenta que não foi bem isso que estava a defender e que está em completo desacordo com as suas afirmações anteriores que afinal não são bem assim.
É com grande frustração que chego à conclusão que devo estar calado dirante todo o monólogo e aguentar que nem um bravo.
Fico sempre derreado no final. Derreado e aliviado.
Este chato até possui uma vasta cultura geral e alguma articulação dos seus pensamentos, se ao menos fosse coerente e menos paranóico, as conversas seriam não só mais interessantes como, isso mesmo, conversas.
O meu maior medo é tornar-me também num igual chato. Por isso faço de tudo para não cair nos mesmos erros.
Eu chego à conclusão que a geração a que este chato pertence é muito especial, só tem gente maluca. Bem, pelo menos os que eu conheço. É que são todos, com maior ou menor gravidade, apanhados. Falam, falam, falam e detestam que se levantem vozes do contra, ou melhor, detestam que se levantem vozes.

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