Eu cá não sou maluco!


Suspeito que não é só na Av. do Brasil que os malucos atravessam com o vermelho, suspeito mesmo que à frente de todos os hospitais psiquiátricos, os, vá lá, menos sãos atravessam de uma forma amalucada as estradas que lhes interrompem o caminho. Mas por outro lado, suspeito também que ninguém menos maluco se atreve a atravessar uma estrada com o vermelho nestes locais, mesmo que não hajam carros à vista.

Talvez a razão deste cuidado extremo por parte dos menos enviesados seja para dar o exemplo às pessoas que falam sozinhas; talvez seja apenas para guiá-las porque o uso de drogas faz desaparecer os carros e transforma os camiões TIR em cachorrinhos simpáticos; ou talvez, um talvez muito distante, seja porque as pessoas que bebem café e não água da chuva não querem ser confundidas, em absolutamente nenhuma ocasião, com os menos verticais.

Todos fugimos como "loucos" destes marginais cerebrais; a não ser que se seja obrigado, ninguém quer ser associado ou filiado à loucura. Apesar de sabermos que não é assim, o que ocorre na cabeça de alguém que está a ser abordado por um indivíduo mais tonto é o desespero completo: Tirem-no daqui! Eu não sou louco! Eu nem sequer o conheço! Vêem? Não estou a falar com ele, nem sequer olho, isto quer dizer que não o conheço. Juro que não sou maluco!!! Nãaaaooo!!!

Posso falar por mim. Naquela avenida só atravesso com o verde. Ninguém me irá confundir com um residente do Júlio.

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