Com almas penadas é só risadas!

Tenho um amigo meu que me diz que anda desiludido comigo por eu já não gostar tanto, como gostava há anos atrás, de filmes de terror.
A verdade é que com o passar dos anos tenho-me tornado cada vez mais céptico e mais permeável a certas ideias esotéricas.
Infelizmente a grande maioria dos filmes (actuais) de terror são muito maus. Depois, o que acontece, é que estes filmes, quando são maus, exercem uma forte pressão nas minhas pálpebras.
Já outros géneros tão, ou mais, inverosímeis que os do género 'Terror', como do 'Fantástico' ou 'Fantasia', 'Acção', 'Super-heróis', etc, já não me causam nenhum tipo de desconforto céptico.
Quando era mais novo, devorava tudo que era filme, livro e revista de terror. Não ficava por aí. Os livros de parapsicologia e todos os outros mais esotéricos também marchavam. Pior ainda, punha em prática todas estas aprendizagens.
Se o Lobsang Rampa dizia que para entrar na Biblioteca de todo o conhecimento era preciso, numa espécie de meditação, chegar ao Nirvana, para depois a nossa alma fazer a viagem pela espinha dorsal mística da Terra (???), eu passava horas a meditar em frente a uma vela, até que partes do meu corpo ficavam dormentes e a luz da vela ofuscava-me. Então eu pensava que estava quase a atingir qualquer coisa importante e assustava-me perante a perspectiva da minha alma abandonar o meu corpo e desistia...mesmo a tempo.
Se havia várias formas de fazer sessões espíritas, eu experimentava. Eram os OuiJa, os pentagramas desenhados numa mesa, etc.
De tal forma eu insistia nestas experiências que alguém mais sugestionável, que participou numas destas sessões espíritas organizadas por mim, passou a dizer a todos que eu tinha poderes. Enfim...
Ainda hoje um dos meus livros favoritos, e que já li cerca de dez vezes, é o Drácula. Ainda tenho a minha colecção da Pêndulo. Ainda tenho a minha colecção de revistas Fangoria e Gorezone. Ainda estão no meu top de filmes favoritos, grandes obras como o Exorcista, Lobisomem americano em Londres, Shining, Poltergeist, The Haunting, Por favor não me mordas o pescoço, Rosemary's baby, etc.
Se o terror já não me impressiona quando relata uma história de almas penadas, também ajuda o facto de este género não ter filmes decentes nas últimas duas décadas, salvo raras excepções. Claro que o facto de me ter tornado ateu também veio aumentar os meus critérios de qualidade.
O que eu posso dizer ao meu amigo é que se começarem a fazer bons filmes de terror novamente, eu estarei lá batido.
E agora a minha receita para um bom filme de terror: Bons e credíveis actores, boa música e fotografia e uma história (seja ela qual for) ambígua.

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