Azedume suficiente para criticar

Eu gostava muito de ser crítico de cinema; juntava duas das coisas que mais gosto de fazer: ver filmes e escrever.
Infelizmente, acho que nunca poderei ser um bom crítico...
Se tento aplicar algum espírito crítico em quase tudo, quando vejo um filme essa característica desaparece parcialmente do meu cérebro para dar lugar a uma estonteante e infantil baba de gozo. Não vou dizer que todos os filmes me agradam, mas uma grande parte, hoje em dia, é bom nalgum aspecto.
Se calhar também ajuda o facto de eu só ver os filmes melhor produzidos, se calhar...
De qualquer maneira, um filme tem sempre algum aspecto técnico bem feito, e como um filme não é feito apenas por uma pessoa, e, definitivamente, a visão do realizador não é hermética, antes, é inundada por toda a criatividade da equipa técnica, não consigo obrigar-me a julgar um filme na sua totalidade; o que eu faço é pesar a quantidade de input de boa qualidade criativa e, de um modo algo distorcido pela minha infantilidade, tirar daí alguma média intuítiva.
Então, tristemente, não consigo sovar como deve ser os filmes que divertem apenas porque poderiam ser muito melhores. Consigo discernir quais os aspectos positivos desses mesmos filmes, mas os negativos relego-os para o meu caixote «não vou estragar esta sensação boa!».
Obviamente, consigo perceber o que está errado e, se fosse masoquista, até conseguia falar (escrever) sobre isso, mas é um exercício demasiado árduo para a minha emoção de fundo que tem sido positiva.
Posso dar um exemplo de um filme, cuja história é rídicula, mas que me divertiu e deu-me vontade de sair da sala aos tiros e às cambalhotas (sim, tenho 38 anos!); esse filme é o Wanted, e a sua história muito rídicula e disparatada, mas a acção do filme e os efeitos especiais divertiram-me. A criatividade aplicada neste filme pela respectiva equipa técnica é evidente, e sei que o realizador é muito bom e original.
Nunca serei um bom crítico, não tenho azedume suficiente, se algum...

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