Num país de vilões, os heróis têm pensões

Pronto! Já está! Finalmente vi o Homem-Aranha 3. Gostei! É um filme intenso. Só fiquei um pouco triste ao pensar que aqui estava um super-herói que a cidade de Lisboa, ou qualquer outra do nosso país, nunca poderia acolher.
O aracnídeo não durava muito tempo nesta cidade quando começasse a balançar nas suas teias: ora são os prédios que não são altos o suficiente, ora são as avenidas que só têm prédios de um lado ou são demasiado largas, ora é a qualidade do estuque que não aguentaria com o seu peso.
E depois os locais realmente problemáticos geralmente não têm construções com mais de dois andares.
Não! Esta cidade é mais apropriada para um homem-chita ou um homem-leopardo. No fundo um que corra bastante. O Flash!
E outros super-heróis?
Uns X-Men não fariam nada de jeito cá porque as suas mutações seriam todas aproveitadas para o mundo da construção civil: Wolverine, cortador de aço; Storm, mudaria o tempo para que chovesse sempre - como todos sabem é na época de chuvas que as obras são mais produtivas; Cyclops, soldador; Homem de gelo, empregado de bar - com ele todas as minis saiam fresquinhas; Professor X, empregado de escritório, responsável pelo pagamento dos ordenados - ninguém o conseguiria enganar em relação às horas reais de trabalho.
Já o Hulk, o super-homem, o Thor e o Coisa, seriam operários da siderurgia. Uma indústria em que é necessária força, calor e uma boa dose de loucura.
Os gajos mais inteligentes como o Dr. Reed Richards (vulgo homem-elástico) teriam lugar assegurado na Auto-Coope ou na SOPINAR Caixilharias e Alumínios.
Talvez o único herói que nos desse realmente jeito fosse o Batman por ser um grande detective, e só nós sabemos como precisamos de um. Quem é que suspeitaria de uma freira de orelhas pontiagudas na Casa Pia?
E os vilões? Que tipo de vilões poderíamos nós ter?
O Electro não, porque a electricidade está muito cara; O Abutre não, porque a QUERCUS não deixava ninguém abatê-lo; O Magneto não, porque o lugar de tirano fascista já está ocupado no CDS/PP; O Enigma não, pela mesma razão só que no Governo.
Aparentemente o mercado está saturado para os vilões, mas para os heróis até há procura, no entanto não possuímos nem os meios nem as infra-estruturas para os podermos aguentar cá a fazer heroicidades.

Nota: Aos fãs da banda desenhada peço desculpa pela mistura dos dois universos (Marvel e DC), mas como estou certo de que mais ninguém reparará nesse detalhe, aligeirei a utlização da minha memória e fiz um Caldo à Portuguesa.

Comentários

João Pinto disse…
Verdadeiramente hilariante!! Parabens amigo!!
André disse…
Não achas que ficou demasiado grande?
Frontwave disse…
Muito bem apanhado, parabéns André!
André disse…
Obrigado aos dois mas ainda acho que exagerei no tamanho. ;-)

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