Acabou-se a liberdade
Bem sei que a realidade actual é diferente daquela que eu conheci quando era puto, mas não me consigo imaginar a crescer sem toda a liberdade que gozei. Se fosse hoje, provavelmente a minha mãe e restantes encarregados, numa altura ou outra, de tomar conta de mim, seriam responsabilizados de negligência e quase abandono.
As coisas eram bem diferentes.
Eu e os meus irmãos brincávamos (ás vezes) durante todo o dia na rua, só indo almoçar e jantar a casa; Muitas vezes dormíamos sózinhos porque a minha mãe (separada) tinha que fazer turnos à noite; passávamos as férias com as nossas primas (que eram adolescentes) sem a supervisão de nenhum adulto; eu ía para a escola de autocarro e os meus amigos também.
Será que as coisas eram assim tão diferentes?
Apesar de, tanto eu como os meus amigos, nos depararmos com o ocasional velho pedófilo dos transportes públicos que se punha a masturbar quando via rapazinhos novos, ou o exibicionista maluco, ou mesmo os doidos histéricos e bêbados, desenvencilhávamo-nos muito bem. Talvez porque estes lunáticos não eram violentos ou talvez porque nós tinhamos uma maior autonomia e desenrascanço que os putos de hoje. Mas as histórias que se ouvem agora também não se ouviam antigamente.
De facto as coisas são diferentes.
Os criminosos são hoje muito mais violentos e amorais. O mundo já não é bom para as crianças. A liberdade é agora um pau-de-dois-bicos: se por um lado pode armar a criança de autonomia, por outro arma o criminoso de oportunidade.
E é por tudo isto que eu não consigo culpabilizar inteiramente os pais da Madeleine; para o fazer teria que utilizar outra balança para os meus. É verdade que são mundos temporais diferentes, mas para estes pais, Portugal ainda tinha uma imagem pacífica e amena. Provavelmente muitos de nós também pensávamos o mesmo. Agora todos sabemos que o nosso lar já não é a mesma coisa.
As coisas eram bem diferentes.
Eu e os meus irmãos brincávamos (ás vezes) durante todo o dia na rua, só indo almoçar e jantar a casa; Muitas vezes dormíamos sózinhos porque a minha mãe (separada) tinha que fazer turnos à noite; passávamos as férias com as nossas primas (que eram adolescentes) sem a supervisão de nenhum adulto; eu ía para a escola de autocarro e os meus amigos também.
Será que as coisas eram assim tão diferentes?
Apesar de, tanto eu como os meus amigos, nos depararmos com o ocasional velho pedófilo dos transportes públicos que se punha a masturbar quando via rapazinhos novos, ou o exibicionista maluco, ou mesmo os doidos histéricos e bêbados, desenvencilhávamo-nos muito bem. Talvez porque estes lunáticos não eram violentos ou talvez porque nós tinhamos uma maior autonomia e desenrascanço que os putos de hoje. Mas as histórias que se ouvem agora também não se ouviam antigamente.
De facto as coisas são diferentes.
Os criminosos são hoje muito mais violentos e amorais. O mundo já não é bom para as crianças. A liberdade é agora um pau-de-dois-bicos: se por um lado pode armar a criança de autonomia, por outro arma o criminoso de oportunidade.
E é por tudo isto que eu não consigo culpabilizar inteiramente os pais da Madeleine; para o fazer teria que utilizar outra balança para os meus. É verdade que são mundos temporais diferentes, mas para estes pais, Portugal ainda tinha uma imagem pacífica e amena. Provavelmente muitos de nós também pensávamos o mesmo. Agora todos sabemos que o nosso lar já não é a mesma coisa.
Comentários
Concordo plenamente! E digo te mais, quando eu era pequena, os meus pais (que não são portugueses) deixavam-me sozinha em casa para dar as suas voltas...Se era arriscado? era!, se eu faço o mesmo? não!! mas há que entender a mentalidade de cada país. Foram desleixados mas não o fizeram com ganancia, não o fizeram com maldade....e sinceramente acho que nunca devem ser punidos por desleixo, basta o que sofrem para não dormirem à noite.
Quanto aos pedófilos, sempre os houve, acho que era Napoleão que gostava de meninos tenros, mas graças a Deus hoje existe maior protecção às crianças, existe a comunicação social, existe uma maior abertura ao que está certo e errado.
Desculpa o texto looooongo...
Podes escrever a quantidade que quiseres, estás á vontade.
Sempre ouve pedófilos, é verdade, mas os de hoje são mais (acho eu) predatórios.
Grande aventura!!! He!He!He!
Quanto ao caso da Madeleine, atentas as idades das crianças, não posso deixar de dizer que não estiveram bem. Se o mundo mudou, há que adaptar-se a ele!
Avelã, os putos não têm culpa da educação que levam mas temo que os homens de amanhã serão um bocado dependentes (com tudo o que isso envolve) e dados ao pânico fácil.
Acho que não podemos fazer uma comparação com os nossos pais, pelo menos a minha mãe parecia estar sempre a ver os meus movimentos...
Mas se esta negligencia, que se está a tornar um hábito, é danosa para esta geração a sociedade civil também não ajuda nada. Recentemente assistimos ao branqueamento de imagem de um conhecido pedófilo, que eu não vou dizer o nome porque ele pode-me processar e depois tenho que pagar uma indemnização a um pedófilo, como também assistimos a um acordão do Supremo Tribunal de Justiça que diferencia a violação de uma criança de 4 e 5 anos de uma de 13.... Foda-se, mas isto cabe na cabeça de alguém? O pretexto é que aos 13 anos o jovem já tem alguma maturidade sexual. Eu aos 13 anos pensava que sexo oral era falar de sexo...
Enfim, enquanto nos preocupamos com a segurança de filhos, irmãos pequenos, primos etc e tal parece que existe uma corrente contrária que permite a continuação destas aberrações (que na minha opinião deviam poder ser abatidos na rua sem o "assassino" ser responsabilizado penalmente)
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Não sei se de facto podes acusar os pais de negligência grosseira uma vez que não tens acesso à informação daquela noite. Mas que é negligência, é sem dúvida.
Depois já começas a falar de obesidade e misturas tudo. Tenho a certeza que se houvesse fast food na altura em que eu era jovem o fenómeno da obesidade remontava a essa época.
Os pais são um pouco desleixados com os filhos? Acho que sim. Não eram assim antigamente? Claro que eram.
Para terminar, um indivíduo de 13, 14 anos para cima já não é uma criança, mas em lado nenhum. A não ser que te estejas a referir à idade mental de muitos deles. Com estas idades já têm maturidade suficiente e personalidade desenvolvida para discernir o certo do errado e para tomar decisões sózinhos.
Existe ali uma fronteira que, de facto, varia de indivíduo para indivíduo, mas geralmente é aos 14 anos que um humano se torna adulto.
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Castrem esses gajos!!!