Bored itself to death

A razão porque o Live Aid continua a ser o concerto (ou conjunto de concertos) mais memorável neste género de iniciativas, tem uma razão muito simples: cumpriu a sua função!
Toda a gente sabia qual o objectivo da angariação de fundos e das diversas vontades humanas, não foi necessário uma extensa e detalhada explicação.
Quando me lembro do Live Aid, lembro-me da espectacular música e do primeiro movimento de massas contra a fome (na Etiópia); Quando me lembro do Live 8 e agora deste Live Earth, lembro-me de... nada!
Sinceramente, eu não estou interessado em ouvir longas palestras de modelos femininos e apresentadores de concursos sobre estes tópicos que tanto afligem o mundo. Eu percebo a mensagem mas quero ouvir a música que a transporta.
Odeio dobragens, mas isto que fazem agora chega a ser pior. Talvez um dia até juntem as duas coisas: dobrem as poucas músicas que emitirem para português enquanto preenchem o resto do tempo (a maior parte de preferência) com perguntas aos concorrentes do último Reality Show sobre os seus sentimentos acerca do mundo e quais os seus desejos para o futuro.
Podem-me dizer que passarão os concertos mais tarde, na íntegra, mas a piada está exactamente no facto de ser em directo e de ser ao vivo. Observar um fenómeno destas dimensões, em directo, gera uma unificação global, uma empatia, um sentimento, difíceis de replicar se o fenómeno for em diferido. Talvez quem goste de futebol perceba melhor o conceito; Ou mesmo quem goste de se manter actualizado em tempo real...
Continuem a tratar as massas como crianças, a que têm que explicar tudo, e é isso que irão ter no futuro. Isso ou uma massa disforme, amorfa e apática, ligada electronicamente ao mundo, com um lapso de tempo significativo para que caibam lá todas as opiniões irrelevantes, e depois, no caso de poderem existir interferências, dobrem-nas e legendem-nas.

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