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A mostrar mensagens de fevereiro, 2007

Chiça! Bolas!

Eu não ando muito bem hoje. Irritado como o caraças. Primeiro foi um fim-de-semana mal dormido. A merda dos óscares foi ainda mais longa este ano - eu cheguei ás 3:30 e desisti. E hoje tenho tido um azar do caraças com os telefonemas, calham-me as melgas todas. O perfil é o seguinte: Gaja, voz melada e muito suave, e falam, falam, falam. O que podiam dizer (perguntar) num minuto, levam vinte minutos. Chiça! Bolas!

O Bairro Alto destruiu-me o fim-de-semana

Ultimamente tenho andado muito caseiro; este fim-de-semana resolvi ir divertir-me para a noite. Livros e filmes, desta vez ficam sozinhos em casa. Felizmente conheço as pessoas e os sítios certos para gozar que nem um perdido. A única regra nestas ocasiões é não levar amigos atrás. Os únicos amigos e amigas adequados são aqueles dos copos. Eu sou um gajo sossegado e calado no dia-a-dia, mas quando só posso depender de mim meto conversa com toda a gente que ma dê. Não é segredo nenhum que a minha "zona de ataque" é o Bairro Alto. Então lá fui eu. Primeiro as Primas. Fui ter com umas amigas que são umas grandes malucas e dão para os dois lados. Nada melhor para começar a noite do que afirmar a virilidade a atrair uma lésbica. Podia ter acabado aqui a noite com duas malucas que queriam festa, mas resolvi continuar... A noite ainda era uma criança e tentar satisfazer duas era muito cansativo e altruísta para o meu estado de espírito. Até às quatro da manhã percorri as capelas qua

Fraco e mariquinhas

É verdade que quando sinto uma dor forte ou uma depressão qualquer, eu gosto de me queixar. Infelizmente conheço duas ou três mulheres que não gostam que eu me queixe. Acham que é um bocado maricas da minha parte. Não sei porquê, mas sempre tive a sensação que se existe algum ser com mais empatia, sensibilidade e recepção para estas coisas são as mulheres. Pois claro que elas nos chamam mariquinhas, e que não aguentamos nada, mas no fundo elas gostam de ser depositárias das nossas dores e angústias, é uma das particularidades do feminino. Por isso, quando me deparo com uma mulher que desconfia da minha tolerância à dor eu fico confuso: Não era suposto! A minha mãe, por exemplo, sabe perfeitamente que eu sou um bocado mariquinhas, mas não deixa de sentir empatia e ser sensível com as minhas "dores", aliás, eu desconfio que ela goste que eu fique doente para poder tratar de mim - o seu filho favorito; Agora aquelas duas ou três mulheres que eu conheço que mesmo que eu estivesse

Doido por..., só doido.

Depois de ter visto Doidos por Mary outra vez, comecei a sentir uma sensação de déjà-vu . Gostava de poder dizer que me sinto mais próximo de um Dirty Harry ou de um John McClane , mas não, eu acho que sou um Ted Stroehmann . Desde ter ficado com o zézinho (adamastor para as miúdas) preso no fecho éclair quando era puto - e devo dizer que estava rodeado de vários familiares nesse momento de aflição -, até aos muitos, mesmo muitos, momentos de vergonha e inadequação ao longo da vida, tenho participado em situações que ainda hoje são lembradas com gargalhadas, mas não minhas. Outros momentos quase cinéfilos que me vêm á cabeça é aceitar as coisas mais estapafúrdias e fazê-las passar por normais e confundir pessoas famosas com alguém que penso conhecer: Se não simpatizar com alguém não lhe dou tréguas, mas se simpatizar, essa pessoa pode dizer as coisas mais estapafúrdias que eu, após um longo silêncio de cinco segundos em choque, digo logo que isso é normal e que tenho a certeza que t

Parar é viver

Nos tempos que correm onde os verbos com movimento predominam sobre os que animam, onde se glorificam os conceitos de dinamismo, aventura, ambição e nomadismo, nestes tempos que correm pela nossa vontade. Quando o que queríamos era que os tempos parassem. Eu não desprezo o movimento. Mas sinto-me mais confortável com o crescimento de uma árvore do que com a vida de uma borboleta. Quero ter a certeza que posso sempre lá voltar e encontrar o lá e o tu como os deixei. Entre o nómada e o agricultor a quem é que eu recorro? Entre a água e a pedra a quem é que eu me agarro? Quem me dera garantir o bom. Torná-lo uma rotina e não uma aventura.

Apanha!

Por mais estranho que pareça, os maiores medos da população masculina são pequenas coisas como... não apanhar aquele objecto que nos é arremessado. Raramente é uma mulher que nos lança um objecto, quase sempre é outro homem. O intuito é testar os nossos reflexos, sangue-frio e, por vezes, força. Apanhar o objecto em pleno ar dá-nos credibilidade e auto-estima por um curto período de tempo; não apanhar significa reprovação dos nossos pares e chicotadas psicológicas auto-infligidas. Mas pior do que não apanhar uma vez é não apanhar sistematicamente. Somos automaticamente rotulados de cromos. A falha dos nossos reflexos nestes momentos decisivos dão origem a muitos pesadelos e despertares de choque. Apanhar o objecto é um teste que é efectuado não uma vez mas durante toda a nossa vida. Quando menos esperamos... Op! Começa quando andamos na escola e tanto nós como os nossos colegas nos divertimos a atirar laranjas e pedras uns aos outros; Quando somos adultos passamos a atirar chaves-de-ca

Quase que estragava uma bolinha

Há quem me chame de hipocondriaco, mas eu não o sou. Posso ser um bocadinho sugestionável, mais do que isso não me parece. Por exemplo quando me falam em doenças novas ou quando estou perto de alguém que está doente, eu tendo a ficar com os mesmos sintomas. Depois passa-me. Mas ninguém pode dizer que não sou cuidadoso. Tenho todas as vacinas em dia e faço checkups regularmente. Qualquer coisinha que apareça e eu vou chatear o meu médico. Na semana passada fui ao médico para me marcar umas análises e uma ecografia porque sentia qualquer coisa no meu testículo esquerdo. Uma espécie de borbulhinha interior que eu julguei logo tratar-se de cancro. Fiz as análises e fiz a ecografia. Felizmente não era nada, apenas o epididibo (creio que é assim que se escreve) que estava um pouco inflamado. Esta coisa esquisita é um orgão que temos dentro das bolinhas e que serve para produzir ou reencaminhar o esperma. Aparentemente ando ou a produzir demais ou não dou descanso á máquina. Tirem as ilacções

Que calinada! Que vergonha!

Quando erra um português, erram logo dois ou três. Será da natureza humana ou da cultura portuguesa que quando um português anónimo fala em, ou para o público, estejamos sempre atentos a qualquer erro, imprecisão ou monumental asneira? Será humano ou português que quando de facto é cometida uma calinada, os nosso estômagos dão um nó como se tivéssemos sido nós a cometê-la? Será humano ou português possuir tão acentuada sensibilidade e empatia? Será humano ser português, ou português ser humano?

Isso é meu, amor!

Parece que o facto de eu guardar todas as revistas que compro faz especial confusão ao sexo feminino. Já os homens compreendem-me. Nunca percebi muito bem este sentimento delas em relação ás minhas revistas. Já é um facto conhecido que as mulheres são o terror das "recordações" e "arquivos mortos" de todos os homens. Basta olhar para o outro lado, um momento de distracção e elas atiram todo o nosso património para o lixo. Seria de esperar que elas nos tratassem com a mesma cortesia que nós, muito nobremente, as tratamos ao respeitar todos os ínfimos pormenores de decoração que nos é imposta. E devo acrescentar que todos os "bonecos", quadros e outras bugigangas, tornam a limpeza do pó muito mais difícil. É verdade que tenho algumas fobias, mas uma muito particular dá-me suores frios e noites agitadas quando me imagino casado. É uma espécie de sonho recorrente em que me vejo fora de casa, afastado das minhas posses, e a minha mulher, com um sorriso matreiro

Devo ser estúpido

Eu confesso que devo ser estúpido. Palavra que não compreendo a cultura moderna. Tudo o que seja minimalista, ou neo-qualquer-coisa, ou ensaio de artes plásticas, ou uma peça de arte visual, auditiva e com odor, ou livros de poemas, com páginas A3, um A para cada verso, ou Free Jazz, ou Trash Metal, ou sessões de Dança Moderna, ou peças de Teatro sobre a vida secreta da prima em terceiro grau de um famoso autor, ou blogs avant garde sobre tudo isto. Palavra que não compreendo a cultura moderna. Já confessei, sou estúpido!

O feitiço da Lua

Ainda em continuação da história anterior ( Apanhado por uma velha veloz ) venho relatar o que aconteceu no dia seguinte a ter transmitido os óbitos dos vizinhos à minha mãe. Mas antes um parêntesis: Se eu sou meio cabeça-na-lua, tenho a quem sair. Mas se na minha viagem lunar ainda vou na atmosfera terrestre, a minha mãe já pousou na Lua há muito tempo. Quinta-feira O meu cérebro foi formatado durante três quartos de hora por uma vizinha geriátrica. A formatação serviu para que 2 Tera Bytes de informação relativa a cães, vizinhos falecidos e vidas alheias fossem copiados para o meu cerebelo via áudio; Mais tarde, nessa noite, descarreguei a lista dos óbitos verbalmente, e mais uma vez via áudio, nos ouvidos da minha mãe. Sexta-feira A minha mãe andava em pulgas para dar os sentimentos a alguém, até que, já noite, encontrou uma vizinha idosa a quem se dirigiu rapidamente. E o diálogo, relatado mas não presenciado, foi tão estranho como isto: A minha mãe - Boa noite! Os meus sentimento

Apanhado por uma velha veloz

Não quero estar sempre a bater na mesma tecla mas sinto um dever supremo de relatar as bizarrias que me acontecem. Ao mesmo tempo espero servir de exemplo de como não se faz e como não se está. Já é um facto conhecido que na zona onde habito a taxa de senilidade é muito elevada. Eu, pelo menos, deveria sabê-lo... Muitas vezes me pergunto - Mas porque raio não corro quando me encontro no exterior? -, e a resposta continua a escapar-me. Como já devem ter adivinhado, mais uma vez fui "apanhado" por uma velha na rua. Tudo começou na pastelaria, onde fui beber o café, e tive o azar de de encontrar uma vizinha. Eu devia ter percebido logo assim que entrei. Os olhos sedentos por uma vítima (do que eu gosto de chamar) da longa narrativa que a velha apresentava, eram um sinal para qualquer pessoa esperta fugir a sete pés. Gostaria de poder dizer que aqueles três quartos de hora a ouvir as últimas do bairro passaram num instante. Mas como todos os outros monólogos, este também foi excr